28/10/11

Estou como o limão!

Hoje estou assim... como o limão. Tenho tentado esquecer o assunto, já repeti, para cima de muitas vezes, que já perdi tempo de mais com a questão... mas não consigo desligar o botão. Estou IRRITADA!!!

Não me venham com conversinhas porque é exatamente por isto que estamos na atual situação económica e social. No seu casulo toda a gente é muito desgraçadinha e cada pessoa sofre trinta vezes mais que os outros. Toda a gente tem desculpa para tudo e tudo é desculpável em última análise. Não há valores, não há referências, nem tão pouco há um mínimo de respeito pelo o outro.

Tudo é contornável e mesmo que um curso tenha horário diário de 4 horas, há sempre formas de na prática as transformar em 2 horas.  E mesmo que a carga horária implique cinco dias por semana, há algures uma estratégia bem intencionada de fazer desaparecer (imagine-se!) a sexta-feira. Corta-se em tudo o que é possível cortar. Diz quem manda, que se não for assim não se conseguem pessoas suficientes para constituir um grupo. Coitadas das pessoas, passam o dia a trabalhar e depois ainda têm de ir para as aulas. Mas que raio!!!

Criamos monstros! Monstros com garras, que cheios de si, começam a impor regras logo no primeiro dia.
"ah, professora, não gosto nada disto assim!"  "Já no ano passado foi assim com a professora tal e depois tivemos que falar, porque assim não aguentávamos."

E porquê? Porque dá muito trabalho, porque se sentem pressionados... porque têm de escrever muito. Já nem conseguiam pensar! Serão de vidro??

E inicia-se uma guerra de contornos previsíveis, onde de um lado há alguém com uns resquícios de brio tentando fazer algo em condições e com o mínimo de qualidade e do outro mais de vinte almas, que não estão nem ai, mas que farão o barulho necessário para conseguir chegar ao fim do ano com o certificado xpto, sem que para tal tenham de usar nenhum dos dois neurónios que por lá habitam.

E há alturas...

... em que, para variar, quando a realidade copia a ficção é de facto uma boa notícia.

26/10/11

E por falar...

... em aquecimento!

Aquecimento global

Vários especialistas estimam que nos próximos 50 anos, a escassez de mulheres terá um impacto na sociedade semelhante ao do aquecimento global, invisível, mas muito real. (aqui)

Olha, mas que giro! Já não chegavam as mudanças do nível do mar? A mudança da espessura do gelo na Gronelândia? As mudanças na precipitação? Tempestades tropicais?

20/10/11

Hábitos

O José Gomes Ferreira tem defendido persistentemente que o facto de podermos deduzir 5% do IVA que pagamos nas compras correntes no IRS são boas notícias. Percebo bem o seu argumento e acho que se todos fizéssemos o que ele diz o resultado seria bem visível.
Bem a propósito hoje esbarrei com um exemplo que reflete bem os hábitos da maioria. Naturalmente que não é qualquer um que tem uns trocos (100€), para ir a uma consulta de meia hora com a Maya (nem essas prioridades!), mas o princípio é o mesmo: o pessoal não está nem um pouco habituado a pedir fatura.

17/10/11

A nossa aldeia gaulesa

Estamos no ano 2011 d.C. Todo o Portugal está ocupado pelas tropas da troika. Todo? Não. Uma ilha povoada por irredutíveis madeirenses resiste ainda e sempre ao invasor. E na Madeira a vida não é fácil para os defensores da disciplina orçamental...

Efetivamente, os governantes da nova província do Império, o procônsul Passus Cuniculus e o questor Victor Gasparius, andam completamente desesperados para tentar submeter a ilha à austeridade que impuseram no Continente. Mas os irredutíveis madeirenses resistem sempre, comandados pelos seu chefe Jardinix, que já fez saber que não vai entregar ao Continente ocupado os tributos cobrados na ilha, que não vai despedir ninguém e que vai continuar a gastar como sempre fez. O chefe Jardinix não se assusta com as ameaças vindas do Continente ou da troika, dado que só tem medo de uma coisa: que o céu lhe caia em cima da cabeça. E ele próprio costuma dizer que amanhã não será a véspera desse dia.

Os irredutíveis madeirenses sentem-se felizes com o seu chefe. Enquanto o Continente ocupado está sujeito à austeridade, eles podem comer e beber bem e dar tabefes aos invasores. Não interessa que lhes digam que estão a gastar de mais e que não têm dinheiro para tanto. Os irredutíveis madeirenses aproveitam o tempo presente sem pensarem no futuro. Eles sabem que esta estória acabará como todas as outras: com um grande festim. E o retângulo há de pagar a conta.

Como habitante do dito retângulo, não sei se acho particular piada a esta versão. Seja qual for a história, acabo sempre a pagar...

16/10/11

Outras guerras #07

Next...

A Última Testemunha de Auschwitz é a história verdadeira e impressionante de um soldado britânico que entrou de livre vontade em Buna-Monowitz, o campo de concentração conhecido com Auschwitz III, para testemunhar na própria pele os horrores sofridos pelos judeus.
Denis Avey era prisioneiro do campo de trabalho E715, próximo de Auschwitz III. Muito se ouvia falar da brutalidade aplicada aos prisioneiros judeus, mas Denis queria certificar-se de que os boatos eram de facto verdadeiros. Decidiu ir pessoalmente testemunhar tudo o que lhe fosse possível, colocando em risco a sua própria vida. Durante décadas, não conseguiu revisitar o passado, mas agora Denis Avey foi finalmente capaz de contar toda a história, oferecendo-nos uma visão única do íntimo de um homem cuja coragem é quase inacreditável.

13/10/11

E eu... na ignorância!

Vai uma pessoa trabalhar, chega a casa às quinhentas e descobre que o país esteve num rebuliço entre comunicados e comentários sobre os comunicados, entre medidas e análises das mesmas...
Sou obrigada a concluir que resolveram desabar as más notícias na minha ausência. Deve ser para cair para o lado por excesso de informação num curto espaço de tempo!

Ocorreu-me...

Hoje, mais uma vez, ocorreu-me questionar o mundo se é só por estas bandas que os elementos da Brigada de Trânsito acham normal estacionar as suas viaturas em rotundas e mandar parar os outros no mesmo local.

12/10/11

Um cê a mais

Quando eu escrevo a palavra ação, por magia ou pirraça, o computador retira automaticamente o c na pretensão de me ensinar a nova grafia. De forma que, aos poucos, sem precisar de ajuda, eu próprio vou tirando as consoantes que, ao que parece, estavam a mais na língua portuguesa. Custa-me despedir-me daquelas letras que tanto fizeram por mim. São muitos anos de convívio. Lembro-me da forma discreta e silenciosa como todos estes cês e pês me acompanharam em tantos textos e livros desde a infância. Na primária, por vezes gritavam ofendidos na caneta vermelha da professora: não te esqueças de mim! Com o tempo, fui-me habituando à sua existência muda, como quem diz, sei que não falas, mas ainda bem que estás aí. E agora as palavras já nem parecem as mesmas. O que é ser proativo? Custa-me admitir que, de um dia para o outro, passei a trabalhar numa redação, que há espetadores nos espetáculos e alguns também nos frangos, que os atores atuam e que, ao segundo ato, eu ato os meus sapatos.

Depois há os intrusos, sobretudo o erre, que tornou algumas palavras arrevesadas e arranhadas, como neorrealismo ou autorretrato. Caíram hifenes e entraram erres que andavam errantes. É uma união de facto, para não errar tenho a obrigação de os acolher como se fossem família. Em 'há de' há um divórcio, não vale a pena criar uma linha entre eles, porque já não se entendem. Em veem e leem, por uma questão de fraternidade, os és passaram a ser gémeos, nenhum usa chapéu. E os meses perderam importância e dignidade, não havia motivo para terem privilégios, janeiro, fevereiro, março são tão importantes como peixe, flor, avião. Não sei se estou a ser suscetível, mas sem p algumas palavras são uma autêntica deceção, mas por outro lado é ótimo que já não tenham.

As palavras transformam-nos. Como um menino que muda de escola, sei que vou ter saudades, mas é tempo de crescer e encontrar novos amigos. Sei que tudo vai correr bem, espero que a ausência do cê não me faça perder a direção, nem me fracione, nem quero tropeçar em algum objeto abjeto. Porque, verdade seja dita, hoje em dia, não se pode ser atual nem atuante com um cê a atrapalhar. 
Manuel Halpern

Quando eu for grande também vou escrever textos assim. 

Vida tão estranha

Come o jantar com a televisão ligada, a saltar canais e restringindo-se à cerveja solitária que veio como oferta na entrega. Mas há algo de entristecedor em comer sozinho, de ombros encurvados no sofá nesta casa estranha e, pela primeira vez naquele dia, sente um acesso de desespero e solidão. Ultimamente, o desgosto assemelha-se a caminhar sobre um rio congelado; a maior parte das vezes, sente-se bastante seguro, mas há sempre o perigo de cair de repente lá para dentro. Agora ouve o gelo rachar debaixo dele, e a sensação é tão intensa e de tal pânico que ele tem de se pôr de pé por um momento, apertar a cara com as mãos e tomar fôlego. Exala lentamente através dos dedos, depois apressa-se a ir para a cozinha e faz um alarido a atirar os pratos sujos para o lava-loiça.
David Nicholas, Um Dia

11/10/11

Buraco madeirense

Dois dedos de conversa ao telefone, na semana passada:

Ela: Então e que me dizes do buraco na Madeira?
Eu: Digo que o Jardim vai ganhar sem espinhas e que estou cada vez mais convicta de que temos exatamente aquilo que merecemos.
...
Google Earth atualizou imagem da Madeira

Alguém me ouviu?

Como é que uma mistura de estilos tão improvável me soa tão, mas tão bem...

08/10/11

Conferência de imprensa

O vídeo sofreu um aumento de velocidade de 3000% (8 minutos = 15 segundos), mas dá para ficarmos com a perfeita noção de que aquela sala, onde decorreu a conferência de imprensa, estava fresquinha, fresquinha!

03/10/11

Quem?

Junta-se a equipa das Manhãs da Comercial ao Herman José e o caminho para o trabalho fica iluminado por pérolas como esta.
 
Quem consegue ver sem rir? Quem? :)

Já pensaste?

- Já pensaste ir de vez enquando até à piscina? Quando saímos de lá temos aquela sensação de leveza...
Deixo a pergunta ecoar no fundo do corredor, mas volta para trás e não faz ricochete. O bichinho cria asas e uns dias depois dá-se aquele passo em que se já pensou muitas vezes, mas nunca com a seriedade necessária.

Por agora só me ocorre questionar o universo se aquela história da leveza tem alguma coisa a ver com a sova que parece que levei e com aquela vontade acutilante... de ir dormir a sesta.

Lá vou ter de me informar sobre mp3 que funcionem dentro de água...

02/10/11

Something Pink #04

Ouvi falar primeiro do filme, mas acabei com o livro na mão - imagine-se!
Um Dia, aqui vou eu...

Podemos viver toda uma vida sem nos apercebermos de que aquilo que procuramos está mesmo à nossa frente.

15 de Julho de 1988. Emma e Dexter conhecem-se na noite em que acabam o curso. No dia seguinte, terão de seguir caminhos diferentes. Onde estarão daqui a um ano? E no ano depois desse? E em todos os anos que se seguirão? Vinte anos, duas pessoas, um DIA.

01/10/11

Outras guerras #06

Este é um exemplo claro de que como eu ando a dormir muito mais na forma do que imaginava. No centro da história um repórter de guerra e as suas 'aventuras' num conflito aqui tão perto de nós e que me passou ao lado (mas não devia!). Faz-me lembrar em muito o direto de há umas semanas na SIC, em que vimos a jornalista Cândida Pinto pôr-se a jeito de apanhar com um tiro in la marmite quando resolveu espreitar de onde vinham os disparos que atingiam o hotel.

dou.pt

Parece-me uma bela ideia!

Doar objetos - eletrodomésticos, brinquedos, roupas ou qualquer outro bem que possa ser útil - vai passar a ser mais fácil, a partir de 31 de outubro, Dia Mundial da Poupança, quando inaugura o novo site www.dou.pt, uma plataforma para a doação de bens.

O novo site assume uma vertente de responsabilidade social mas também ecológica, de redução de desperdícios. Nesta plataforma, tanto pessoas singulares como coletivas podem pesquisar e afixar doações, permitindo ligações mútuas e diretas de reutilização entre cidadãos privados, IPSS e empresas. (aqui)