17/08/09


Na semana passada tive um daqueles jantares que sabem mesmo bem e que têm cheirinho a dever cumprido e de resultados muito positivos para além da matemática... Por curiosidade, interpelei uma das minhas companheiras de mesa sobre algo que tinha ouvido numa das últimas aulas e fiquei a conhecer um universo paralelo, que apesar de tão próximo, não fazia a mais pequena ideia dos seus contornos.

Tenho a minha fé, opinião formada sobre ela e sobre as outras religiões que conheço minimamente... mas conclui que tudo o que vai para além do acreditar em algo superior que quer o bem de todos nós, me ultrapassa completamente!

Respeito as opções de cada um, não estou a julgar, mas confesso não compreender um deus que não permite que se coma carne, que não se coma peixe que não tenha barbatana e escamas, que não permite ir a um café, que não permite mexer em dinheiro de um pôr-do-sol ao outro, que aplica multas quando alguém peca, que não permite que uma pessoa vá jantar com as colegas a uma sexta-feira... e tantas coisas mais que aprendi.

6 comentários:

Jade disse...

O Deus Católico também não é perfeito... também há a quaresma, que cumprida à letra pouco difere do que descreveste. E a confissão seguida do perdão pela reza... enfim. Deus é Deus. A religião é o que os homens fazem Dele. Por isso todas são discutíveis e imperfeitas, e eu cá não professo nenhuma. Beijos

Cris disse...

Concordo plenamente contigo, não só quando falas da Quaresma, mas também em coisas tão 'simples' como a utilização do preservativo.

Acreditar num Deus não é sinónimo de sermos cegos para seguir tudo o que foi inventado pelo homem ou ter de respeitar sem questionar algumas das barbaridades que até os grandes representantes das religiões têm proferido.

beijos

Kok disse...

Deus não se discute. Nem "academicamente"!
Estas palavras ainda a "oiço" quando me detenho no assunto: Deus!
O que então acreditei, tenho desacreditado ao longo dos anos, pelas práticas dos que defendiam e defendem aqueles conteúdos.
Se existe então Deus que é todo poderoso, omnipotente e omnipresente não pode ser uma "pessoa" de bem quando permite as atrocidades que neste mundo são aos milhares/milhões.
Deus não pode querer o que os "vendilhões do templo" apregoão.
Porque o seu nome até para justificar guerras e massacres é utilizado.
Mas num comentário que ser quer sucinto, não cabe o que pode ser dito sobre este assunto!
Bêjo.

Cris disse...

Falas de um comentário sucinto, mas é muito bonito e cheio de grande verdades.
Fico muito feliz que o tenhas feito!

beijo

Shadow disse...

A Jade resumiu e arrumou mt bem o assunto com "Deus é Deus. A religião é o que os homens fazem Dele." é isso mesmo. Pouco ou nada mais. Eu estudei e vivi 1 ano num país absolutamente oposto ao nosso. Onde 90% são ortodoxos e pelos restantes 10 se distribuem os evangelhistas, muçulmanos, ateus, agnósticos e acho que por ultimo católicos.

Muitas foram as horas gastas em debates sobre as diferentes crenças. E muito estranha a sensação de minoria e absurdos pela qual muitas vezes passei enquanto católica. O melhor que guardo é que todos de diferentes países sempre debatemos as crenças, as regras, os exageros... e poucas vezes Deus. Esse, a existir, era unânime que culpa nenhuma teria das regras e invenções dos Homens.

ps: Ainda assim é estraordinario ter a sexta-feira santa e pascoa a calharem em dias normalissimos sem qualquer pausa ou conotação para todos os que nos rodeiam. Ver mais de 30 igrejas de diferentes religiões (mais de metade ortodoxas) até encontrar uma católica... que na Roménia tinha a liturgia praticada somente em Húngaro.

Foi qualquer coisa....

Cris disse...

No meu 11º ano a minha professora de inglês resolveu, já não me lembro bem em que termos, pedir aos alunos que debatessem a religião. Falou-se um bom bocado, mas acabou por dar para o torto... pela forma radical como que um dos meus colegas defendia que não existia Deus.
Acabámos por descobrir o porquê, mas a imagem que me ficou foi a de uma professora arrependida, que acabou por confessar que deveria ter seguido o conselho que lhe tinham dado de nunca discutir nas suas aulas sobre política e religião.

O meu post não teve qualquer intenção secundária e nada mais pretendia ser que um comentário, mas antes de o publicar... questionei-me se me estaria a meter em alguma alhada.

Pelo contrário, acho que correu muito bem. Gostei muito dos vossos comentários e acho mesmo que estas trocas de experiências é que enriquecem muito um blog.

Shadow, nunca passei por nenhuma experiência idêntica, mas dá muito em que pensar...