28/12/12

River

Durante vários dias andei sem sucesso à procura de algo para marcar a passagem do Natal por estas bandas. Hoje finalmente cruzei-me com algo que me apetece partilhar. Com votos de que o Novo Ano vos traga tudo aquilo que mais desejam, por aqui deixo um cheirinho natalício com um toque português muito especial:


17/11/12

Uma vénia...

... ao entrevistador e ao entrevistado. Que grande programa com que nos brindaram esta tarde!

15/11/12

A carga

Já li bastante, já vi muitas imagens e também ouvi as mais diversificadas e entusiastas opiniões sobre o assunto. Eu, sem tirar nem por, acho isto:

Há coisas do arco-da-velha. Uma delas é acreditar que um polícia, depois de hora e meia a levar pedradas, tem discernimento para, durante uma carga, saber quem prevaricou e não prevaricou.

Vamos a factos. Vários energúmenos (que nada tinham a ver com o espírito da manifestação, e já depois de esta ter acabado) começaram a apedrejar polícias em frente ao Parlamento. Vários manifestantes (entre os quais Daniel Oliveira, segundo o próprio relata na sua crónica) pediram insistentemente para não o fazerem, no que não tiveram sucesso e abandonaram o local. Um dirigente do PCP, que se encontrava a dar uma entrevista a uma televisão, condenou o sucedido e disse que ia retirar-se imediatamente daquele sítio, o que fez. Mais de uma hora depois, as pedradas continuavam. Alguns populares (ligados, presumo, à manifestação da CGTP) colocaram-se em frente da polícia tentando demover os delinquentes. De nada serviu, a chuva de pedras continuou. A polícia fez um aviso: retirem-se da praça que vamos carregar. Dois minutos depois repetiu o aviso. Cinco minutos depois, carregou. Quem ainda estava na praça sabia o que ia acontecer.

Bateram em pessoas que jamais tinham atirado uma pedra? É possível. O que não é possível é ser de outra maneira; o que não é possível é durante uma carga, um polícia que esteve sob uma tensão enorme durante horas, indagar e interrogar-se sobre a justeza da sua ação. Isso é lírico.

A polícia cumpriu todas as normas. Mas porque não foi ao meio da manifestação buscar os apedrejadores? Bem, porque era arriscado. E porque as cargas têm de ter aviso, pelo menos nos países democráticos e civilizados.

E, já agora, uma nota final para os ignorantes que comparam estas cargas às que existiam antes do 25 de Abril. Estive em várias e era assim. Um estudante (lembro-me de José Luís Saldanha Sanches, por exemplo) saltava para a escadaria da Faculdade de Direito e discursava contra a guerra colonial. De repente, de trás da reitoria, saía a polícia de choque do célebre capitão Maltez. Às vezes traziam cavalos, mas a maioria das vezes cães. Batiam em quem podiam, sem que nada fosse arremessado contra eles. Sem avisos, sem jornalistas que pudessem presenciar. Acham que há comparação? Não brinquem com coisas sérias!                  

13/11/12

Isabel Jonet

Volvida uma semana em que diariamente me cruzei com manifestações de desagrado e revolta, com declarações mais ou menos radicais de pessoas que referiram não voltar a contribuir para o Banco Alimentar contra a Fome, resolvi deixar-me de peneiras e ver na íntegra o que tinha deixado tanta gente indignada.
Não sei, talvez seja eu que ando a precisar de mudar a graduação das lentes ou de novo tratamento para as otites... mas, do meu ponto de vista, Isabel Jonet disse uma mão cheia de verdades. Que haja quem não as queira ouvir é outra conversa, mas ser crucificada em praça pública por chamar os bois pelos nomes... enfim! (Ou então, por exemplo, fui só eu que ouvi que os bilhetes para os One Direction voaram em apenas 7 horas e tudo o que está por trás disso é completamente irrelevante...)

12/11/12

Rosa Mota

Não sei se os nossos canais lhe deram 30 segundos de tempo de antena, ou 5, ou se chegou a ser uma qualquer nota de rodapé. Por mim, deveria ter sido notícia de destaque, mas por agora só fazem correr a tinta as 5 horas de estadia e a cor de serapilheira que a visitante do dia exibiu por cá.

Um prémio para uma grande senhora, com um percurso irrepreensível na estrada e nos outros campos que lhe conhecemos.

05/11/12

Les Miserables

Agarrando na famosa deixa publicitária, há uma linha na minha vida que separa os livros de Uma Aventura de todos os outros. Para o caso foi a grande história de Victor Hugo, Os Miseráveis
E porque fui eu ao baú das memórias longínquas?? Porque, contrariando todo o meu instinto pouco dado a musicais, me deparei com o que parece ser um inspirado presentinho de Natal para as telas de cinema:


26/10/12

Diego Fazio

E se eu vos dissesse que alguém que começou por desenhar tatuagens, aos 22 anos agarra num lápis e faz isto:

Não acreditam? Oh, fa'xavor de espreitar!!

21/10/12

Dancing In The Moonlight

Para os mais distraídos, fica a dica:
Está uma bela noite para agarrar numa manta ou duas, escolher um daqueles locais privilegiados com zero luminosidade e ir dançar ao luar... como quem diz, ir ver a chuva de estrelas cadentes.

20/10/12

Nowhere fast

Regressava eu a casa, no meio desse Alentejo estrelado e eis que, qual caixinha mágica sempre pronta a surpreender-nos, logo a seguir aos Lady Antebellum surge uma música que me põe o pezinho a saltitar em movimentos ritmados e os neurónios em movimento. 'Eh pá, eu já ouvi esta música tantas vezes!' ou 'Isto já tem uma porrada de anos.' ou até 'É de um filme, não é?'
Chegada às minhas quatro paredes, resolvo pedir ajuda ao google, nos entretantos, o youtube resolve aparecer para dar um empurrãozinho e descubro um fenómeno. Curtam só:


Confirmado, o filme e o trailer nunca me tinham sido apresentados.

17/10/12

Momentos de Mudança

Não há como fugir a tudo o que nos inunda os jornais e os noticiários. Podemos tentar, mas não é fácil escapar à onda cinzenta que atravessa a maioria das conversas. Ainda assim, merece ser destacado o episódio de ontem de Momentos de Mudança. São, para mim, os 25 minutos mais reais de tudo o que tem sido mostrado, o reflexo fiel do momento em que caminhamos neste cantinho à beira mar plantado. Se vos escapou, é favor dar lá um salto.

12/10/12

Filmes de Terror

Então mas agora a televisão dá filmes de terror à hora de almoço? Ponham bolinha, pelo menos!



Inimigo Público

Depois de ter soado aos quatro ventos que a administração do jornal público decidiu que o Inimigo Público tinha os dias contados, que fantástica resposta:
O Inimigo Público ouviu dizer que anda aí uma reestruturação e que vai acontecer não sei o quê e já está a preparar o futuro, que a vida não está para mariquices.
O “core business” do Inimigo Público poderá passar pela criação de coelhos, aves, caracóis, abelhas e bichos-da-seda, que até agora estavam isentos de IVA, mas que passam a estar sujeitos à taxa de 6% IVA, valor extremamente aliciante. “O novo negócio só avança caso falhe o plano B, C, D, E, F, G, H, edição para Bimby, fax, pacemaker, pombo-correio, ZX Spectrum, ábaco e sinais de fumo para a tribo Cherokee”, revelou o director do Inimigo Público, Luís Pedro Nunes. JH (aqui)

11/10/12

Não é, mas...

Recebi esta constatação há uns dias e fez-me logo pensar em algumas pessoas que conheço. Não é, mas... podia ser! :)

Será que é uma mera coincidência? Estava eu a pensar... O meu cão dorme em média 18 horas por dia. Tem toda a comida preparada, e pode comer qualquer coisa sempre que lhe apeteça. A comida é-lhe fornecida sem qualquer custo. Tem cuidados médicos uma vez ao ano, ou quando necessário, e não paga nada por isso. Mora numa zona central, com boa vizinhança e numa casa que é muito maior do que ele necessita, mas não necessita de limpar nada. Se fizer porcaria, alguém limpa. Escolhe os melhores lugares da casa para fazer a sua soneca e recebe essas acomodações completamente grátis. Vive que nem um rei e sem que isso lhe acarrete qualquer despesa extra. Todos os seus custos são pagos por outras pessoas que têm de sair de casa para ganhar a vida todos os dias. 
Eu estive a pensar sobre isto e, de repente, concluí... raios me partam!!!... O meu cão é deputado!!!...

10/10/12

People like us

Não anda por cá e, pelo que investiguei, se há planos de o trazer para as nossas telas ainda não há indícios disso. Gostei!

IMDb: 7.1/10

19/09/12

Ultrapassa aquela linha

Ocorre-me uma mão cheia de comentários, mas limito-me a referir que ultrapassa claramente aquela linha que separa o ridículo do muito ridículo:

Sem-abrigo que furtou seis chocolates sujeito a termo de identidade e residência
(aqui)

13/09/12

Vão-se...

Segue-se um texto longo, com algumas 'falhas de embalagem', mas com matéria prima que acredito será partilhada por muitos.

"Vão-se foder.
Na adolescência usamos vernáculo porque é “fixe”. Depois deixamo-nos disso. Aos 32 sinto-me novamente no direito de usar vernáculo, quando realmente me apetece e neste momento apetece-me dizer: Vão-se foder!
Trabalho há 11 anos. Sempre por conta de outrém. Comecei numa micro empresa portuguesa e mudei-me para um gigante multinacional.
Acreditei, desde sempre, que fruto do meu trabalho, esforço, dedicação e também, quando necessário, resistência à frustração alcançaria os meus objectivos. E, pasme-se, foi verdade. Aos 32 anos trabalho na minha área de formação, feliz com o que faço e com um ordenado superior à média do que será o das pessoas da minha idade.
Por isso explico já, o que vou escrever tem pouco (mas tem alguma coisa) a ver comigo. Vivo bem, não sou rica. Os meus subsídios de férias e Natal servem exactamente para isso: para ir de férias e para comprar prendas de Natal. Janto fora, passo fins-de-semana com amigos, dou-me a pequenos luxos aqui e ali. Mas faço as minhas contas, controlo o meu orçamento, não faço tudo o que quero e sempre fui educada a poupar.
Vivo, com a satisfação de poder aproveitar o lado bom da vida fruto do meu trabalho e de um ordenado que batalhei para ter.
Sou uma pessoa de muitas convicções, às vezes até caio nalgumas antagónicas que nem eu sei resolver muito bem. Convivo com simpatia por IDEIAS que vão da esquerda à direita. Posso “bater palmas” ao do CDS, como posso estar no dia seguinte a fazer uma vénia a comunistas num tema diferente, mas como sou pouco dado a extremismos sempre fui votando ao centro. Mas de IDEIAS senhores, estamos todos fartos. O que nós queríamos mesmo era ACÇÕES, e sobre as acções que tenho visto só tenho uma coisa a dizer: vão-se foder. Todos. De uma ponta à outra.
Desde que este pequeno, mas maravilhoso país se descobriu de corda na garganta com dívidas para a vida nunca me insurgi. Ouvi, informei-me aqui e ali. Percebi. Nunca fui a uma manifestação. Levaram-me metade do subsídio de Natal e eu não me queixei. Perante amigos e família mais indignados fiz o papel de corno conformado: “tem que ser”, “todos temos que ajudar”, “vamos levar este país para a frente”. Cheguei a considerar que certas greves eram uma verdadeira afronta a um país que precisava era de suor e esforço. Sim, eu era assim antes de 6ª feira. Agora, hoje, só tenho uma coisa para vos dizer: Vão-se foder.
Matam-nos a esperança.
Onde é que estão os cortes na despesa? Porque é que o 1º Ministro nunca perdeu 30 minutos da sua vida, antes de um jogo de futebol, para nos vir explicar como é que anda a cortar nas gorduras do estado? O que é que vai fazer sobre funcionários de certas empresas que recebem subsídios diários por aparecerem no trabalho (vulgo subsídios de assiduidade)?… É permitido rir neste parte. Em quanto é que andou a cortar nos subsídios para fundações de carácter mais do que duvidoso, especialmente com a crise que atravessa o país? Quando é que páram de mamar grandes empresas à conta de PPP’s que até ao mais distraído do cidadão não passam despercebidas? Quando é que acaba com regalias insultosas para uma cambada de deputados, eleitos pelo povo crédulo, que vão sentar os seus reais rabos (quando lá aparecem) para vomitar demagogias em que já ninguém acredita?
Perdoem-me a chantagem emocional senhores ministros, assessores, secretários e demais personagem eleitos ou boys desta vida, mas os pneus dos vossos BMW’s davam para alimentar as crianças do nosso país (que ainda não é em África) que chegam hoje em dia à escola sem um pedaço de pão de bucho. Por isso, se o tempo é de crise, comecem a andar de opel corsa, porque eu que trabalho há 11 anos e acho que crédito é coisa de ricos, ainda não passei dessa fasquia.
E para terminar, um “par” de considerações sobre o vosso anúncio de 6ª feira.
Estou na dúvida se o fizeram por real lata ou por um desconhecimento profundo do país que governam.
Aumenta-me em mais de 60% a minha contribuição para a segurança social, não é? No meu caso isso equivale a subsídio e meio e não “a um subsído”. Esse dinheiro vai para onde que ninguém me explicou? Para a puta de uma reforma que eu nunca vou receber? Ou para pagar o salário dos administradores da CGD?
Baixam a TSU das empresas. Clap, clap, clap… Uma vénia!
Vocês, que sentam o já acima mencionado real rabo nesses gabinetes, sabem o que se passa no neste país? Mas acham que as empresas estão a crescer e desesperadas por dinheiro para criar postos de trabalho? A sério? Vão-se foder.
As pequenas empresas vão poder respirar com essa medida. E não despedir mais um ou dois.
As grandes, as dos milhões? Essas vão agarrar no relatório e contas pôr lá um proveito inesperado e distribuir mais dividendos aos accionistas. Ou no vosso mundo as empresas privadas são a Santa Casa da Misericórdia e vão já já a correr criar postos de trabalho só porque o Estado considera a actual taxa de desemprego um flagelo? Que o é.
A sério… Em que país vivem? Vão-se foder.
Mas querem o benefício da dúvida? Eu dou-vos:
1º Provem-me que os meus 7% vão para a minha reforma. Se quiserem até o guardo eu no meu PPR.
2º Criem quotas para novos postos de trabalho que as empresas vão criar com esta medida. E olhem, até vos dou esta ideia de graça: as empresas que não cumprirem tem que devolver os mais de 5% que vai poupar. Vai ser uma belo negócio para o Estado… Digo-vos eu que estou no mundo real de onde vocês parecem, infelizmente, tão longe.
Termino dizendo que me sinto pela primeira vez profundamente triste. Por isso vos digo que até a mim, resistente, realista, lutadora, compreensiva… Até a mim me mataram a esperança.
Talvez me vá embora. Talvez pondere com imensa pena e uma enorme dor no coração deixar para trás o país onde tanto gosto de viver, o trabalho que tanto gosto de fazer, a família que amo, os amigos que me acompanham, onde pensava brevemente ter filhos, mas olhem… Contas feitas, aqui neste t2 onde vivemos, levaram-nos o dinheiro de um infantário.
Talvez vá. E levo comigo os meus impostos e uma pena imensa por quem tem que cá ficar.
Por isso, do alto dos meus 32 anos digo: Vão-se foder"

12/09/12

Dois minutos

Se acham que já viram tudo por dois minutinhos fama... desenganem-se! Aparentemente ainda há todo um mundo fantástico por explorar.

Art of Building



Acabou de ser anunciado o resultado do concurso internacional de fotografia Art of Building e, de entre mais de 3000 candidatos, a vencedora é a portuguesa Inês Costa. A galeria com as fotografias finalistas merece uma espreitadela.

11/09/12

Austeridade fofinha

Neste momento, os portugueses não sabem ainda quanto vão perder em 2013. Isto revela mais do que amadorismo. Mais até que insensibilidade. Demonstra crueldade. A crueldade de um anúncio mais preocupado com a imagem do Governo do que com a vida dos portugueses.
(aqui)

Se eu podia vir para aqui falar de crueldade ou de gente fofinha? Poder, podia, mas... depois de ouvir quem percebe disto melhor que eu, de ler alguns artigos de quem chama os bois pelo nome e de passar os olhos pela declaração 'carinhosa' do nosso PM, prefiro ficar-me por aqui:

10/09/12

Be Here Now

Pelos Estados Unidos as novas temporadas das séries que acompanho estão prestes a começar. Normalmente isso coincide com aquela altura particularmente atarefada do ano em que, no meio de muitos papéis e reuniões, se coloca os motores em movimento e se lubrificam as articulações para se tentar levar o barco a bom porto. Desta vez o cenário parece que será igual ao de tantos outros por esse país fora, portanto, enquanto se aguarda pela luz ao fundo do túnel, faz-se por manter a cabeça ocupada.
Embora Spartacus não seja das minhas séries de eleição (ainda me falta ver a última temporada), acabei por ir acompanhando o drama da descoberta de um linfoma do protagonista, uma vez que condicionou o percurso inicialmente previsto para a série. Percebi agora que existe vontade de deixar um testemunho em forma de documentário da luta de mais um guerreiro, Andy Whitfield, fora das telas:

08/09/12

A Separação

Dizem que tem os dias contados, mas enquanto isso não acontece, se andarem por ai e não souberem o que fazer com a falta de imaginação que resulta de um zap pelos canais disponíveis, é favor parar na RTP2. Às 22h40 será aberto espaço à qualidade:

07/09/12

Christopher McCandless

O nome assim, de caras, não me diria grande coisa mas, escarafunchando um pouco mais sobre o assunto, não é muito difícil que o google nos brinde com um manancial de informação sobre Into the Wild. Descobri que fez ontem 20 anos que este aventureiro foi encontrado sem vida no meio do Alasca. A sua história deu origem a um grande filme. Tenho que o rever!

24/08/12

Redhead Girl


Se eu dissesse que acabei de vos apresentar uma fotografia gira de uma ruiva, acredito que a maioria acabaria por concordar comigo e até acrescentar alguns adjetivos lisonjeiros. Então e se eu dissesse que se trata de um retrato feito à mão com canetas Bic, por um artista 'amador' (diz ele!) português?! Captei a vossa atenção? É favor espreitar o artigo (ou o do Daily Mail) e sobretudo o site dele com outros trabalhos. Vale bem a pena!

19/08/12

Dia Mundial da Fotografia

Tentei segredar à gaivota que aquele céu parecia uma tela de um qualquer mestre, mas ela seguiu indiferente.


01/07/12

Ouro em português

Diziam esta manhã que Dulce Félix era a última esperança portuguesa... Que prova fantástica!
E que fenomenal seria ver os meios de comunicação a falar no assunto e os jornais de amanhã a destacar quem incontestavelmente o merece.

O escafandro e a borboleta

“Does the cosmos contain keys for opening my diving bell? A subway line with no terminus? A currency strong enough to buy my freedom back? We must keep looking.” 
Jean-Dominique Bauby, O escafandro e a borboleta

Um testemunho impressionante, quase sempre na primeira pessoa, de alguém que, depois de sofrer um AVC, fica lúcido, mas totalmente paralisado à exceção do seu olho esquerdo.

28/06/12

Cry Not For Portugal

Cry Not For Portugal: Euro 2012 Another Success For The Little Country That Could

DONETSK, UKRAINE - JUNE 27: Coach Paulo Bento of Portugal gives a team talk during the UEFA EURO 2012 semi final match between Portugal and Spain at Donbass Arena on June 27, 2012 in Donetsk, Ukraine.  (Photo by Lars Baron/Getty Images)
Portugal didn't fall short again. Really, it somehow managed to do the improbable, something it has made a habit of doing for more than a decade now.
Jun 28, 2012 - "Portugal fails again! Cristiano Ronaldo doesn't take a penalty and the best country without a major tournament trophy crashes out in the semifinals of Euro 2012!"
If we rewrote that with a modicum of perspective it would read: Portugal, incredibly, made another deep run in a major tournament, continuing to overachieve and defy all odds or common sense.
It is easy to pick on Portugal, and many people have. Once again, it failed to win a trophy, this time going out in the Euro semifinals on penalties. Spain edged them from the spot, 4-2, while Ronaldo watched on waiting to take a fifth kick that would never come. The country of Eusébio, Luís Figo, Rui Costa and now Ronaldo fell short once again.
But did Portugal really fall short? Fall short of what expectation? The expectation that a country of 10,000,000 should compete with the likes of Spain, which has a population of 47,000,000? That it should produce as many quality players as 60,000,000 Italians or 81,000,000 Germans?
Portugal has the population of Belgium or Hungary, yet the world expects infinitely more of it. That is a testament not to a team of misfortune and disappointment, as one would think in the aftermath of its loss to Spain, but one of tremendous overachievement and accomplishment.
In the last 12 years, Portugal has done the seemingly impossible. It has become a legitimate world power in a small country with a small population and without a national league that ranks among the world's best. That it is where it is now, an undoubted top 10 team in the world that tournament after tournament is considered a lock to outperform countries with three, four and fives times its resources, is remarkable.
Before 1984, Portugal had only once qualified for a World Cup or European Championships. It pulled a shocker, going to the semifinals at Euro 1984, but it did so by winning just one match the entire time, and when it qualified for the World Cup in 1986, it went out in the first round, winning just one match.
Nobody raised a stink, wondering about the underachieving Portuguese, because a small country of 10,000,000 isn't supposed to do much. It struggled, needing the World Cup to expand to 24 teams in 1982 just to qualify for 1986, and it was considered normal.
Normalcy continued until 1996, the next time Portugal qualified for a World Cup or Euro. It qualified for the quarterfinals that time around, a major achievement and the start of what would be a shift in Portuguese football.
Portugal's "Golden Generation" began to come about in 1996, with Figo, Costa, Paulo Sousa, Joao Pinto and Fernando Couto starting on that team. While it did not qualify for the 1998 World Cup, it went to the semifinals of Euro 2000, qualified for the 2002 World Cup and was runners up at Euro 2004, which it hosted.
Euro 2004 brought about a major upgrade in stadia in Portugal, further revolutionizing the game in the country and the success continued. It went to the semifinals at the 2006 World Cup, the quarterfinals at Euro 2008 and back to the knockout stages at the 2010 World Cup before reaching the semifinals this month in Poland/Ukraine.
The "Golden Generation" changed things in Portugal, with Figo, Costa, Sousa, Pinto and Couto leading the way, but also joined or eventually replaced by Pauleta, Deco, Pepe, Simao, Ronaldo, Joao Moutinho and Nani along the way. It was a complete revolution in Portuguese football that took it from what it should be and had been for decades into this world power that is completely out of place.
Now Portugal has come up short again, losing to Spain in penalties. It lost to the reigning World Cup and Euro champions after playing nearly even for 120 minutes in a semifinal.
Along the way, Portugal gave Germany arguably its toughest match of the tournament and beat Denmark, the Netherlands and the Czech Republic. People like to marvel at what the Dutch do in a small country without a power league, but the Netherlands has 50 percent more people than Portugal and every resource that Portugal does and then some. Yet here is Portugal, the disappointments after yet another semifinal.
Portugal has become a favorite whipping boy for the media and fans around the world. Part of that is because of the spotlight that comes with having a true world superstar in Figo and now Ronaldo. Transcendent players bring on high expectations, ones that are usually unrealistically high. That Ronaldo is hardly the most beloved of superstars doesn't make things easier on Portugal, nor does having Pepe, the diving and the whining for which the team has become famous.
There are a lot of reasons that fans wonder why Portugal can't win a trophy and a lot of reasons why people root against them. But there are also a lot of reasons why what the Portuguese have done for more than a decade now is simply mind blowing, and each time it finds its way back to a knockout stage. The norm is the decades preceding 1996, but its sensational play since has made the public forget that.
A country of 10,000,000 people played the defending World Cup and Euro champions to a dead draw for 120 minutes, not luckily, but actually played them toe-to-toe. It took on a country with infinitely more resources in a round and on a stage that countries with those same resources and Spain only dream of making. It did not fail and it did not choke, no matter where Ronaldo stood when Cesc Fabregas' penalty hit the net and eliminated them. Once again, Portugal did the incredible, as it has somehow managed to do time and time again for more than a spectacular decade now. (aqui)


Ao ler este artigo foram tantas as frases que me apeteceu por a negrito que resolvi trazê-lo todo e deixar que cada um faça o seu 'enegrecimento' pessoal.
Está tudo dito, pelo menos, sem dúvida, o mais importante!

27/06/12

Duelos Ibéricos


As meias

Não tenho escondido que nos dias de hoje falar em seleção não é sequer comparável à emoção e envolvimento dos tempos do Rui Costa, do Figo... ou de um Inglaterra - Portugal fenomenal. Seja como for, a verdade é que chegados às meias finais por mérito próprio, não é altura para franzir o nariz aquela arrogância ou à falta de humildade que tenho apontado, mas o momento de reencontrar algum nervoso miudinho e de fazer figas para que, independentemente do resultado, esta noite SEJAM GRANDES.

25/06/12

Every ending

I've always heard every ending is also a new beginning, we just don't know it at the time, I'd like to believe that's true.
Prentiss, Criminal Minds (7.24)

Uncle Drew

E se transformássemos o rookie do ano num velhote de 80 anos e o levássemos para um campo de basquete? Um regalo para a vista!!

21/06/12

2012 - Where the hell is...

Não que os portugueses hoje precisem de motivos adicionais para saírem para a rua aos pulos, mas por aqui deixo mais um contagiante testemunho, acabadinho de sair do forno, das mais recentes aventuras do Matt:

18/06/12

Até onde vai a rivalidade?

Três minutos entre o final da época e o jogo da Seleção contra a Dinamarca.

Neste campo a Coca-Cola não tem rival. Muito bom!

13/06/12

Din 2 - 3 Por

Uma vuvuzela acabou de ressuscitar na minha rua. Tenha medo! Tenha muuuuito medo!

Ainda assim, palpita-me que hoje vai haver polvo à lagareiro.

Ice Age 4

É só para informar que, por cá, chega dia 28:

12/06/12

Scars

Scars remind us where we've been. They don't have to dictate where we're going.
Rossi, Criminal Minds (5.10)








Acho a ideia desta fotografia simplesmente fenomenal!

Polónia VS Rússia

E como se não bastasse todo o peso histórico que se cruza num só campo relvado, eis que se lhe junta a tremenda ironia de ter um árbitro alemão.

03/06/12

Momento da noite

Pode não ter sido o momento da noite, mas para quem esteve deste lado é um dos potenciais candidatos ao pódio. Para ver ou rever:

All for love

E para variar do deserto de originalidade dos sábados à noite na televisão, hoje foi muito, muito bom. 45 minutos a fazer adivinhar um senhor concerto:

29/05/12

Barco a remos

Quanto mais notícias oiço e mais artigos leio, maior a sensação de que me encontro num barco a remos, com um buraco no fundo que, a cada dia que passa, mais se parece com uma cratera e... afinal, os coletes salva-vidas também estão esgotados.

27/05/12

The thing with feathers

Hope is the thing with feathers, that perches in the soul, and sings the tune without words, and never stops at all.
Emily Dickinson
JJ, Criminal Minds* (5.16)


* A série que descobri quando já ia a meio da 7ª temporada... Se anda por ai mais pessoal distraído, recomendo vivamente!

21/05/12

Nem de propósito

Ainda este fim de semana estive a falar sobre este anúncio e o quanto o acho pouco conseguido. Afinal, parece que houve por ai muitas vozes a fazer barulho e as críticas parecem ter funcionado.

16/05/12

400? É obra!


400 adeptos do Bilbau foram a Budapeste… mas a final da Liga Europa era em Bucareste. (aqui)

15/05/12

Vencidos pelo cansaço

Sou uma das felizardas que não sofre deste mal, mas o facto é que vai dominando a maioria das conversas por estas bandas. Não tenho noção do que justifica as mudanças, mas também não vislumbro por onde andam os que ganharam com a troca. 
Diz-se que os dias inteiros sem sinal é uma tentativa de obrigar as pessoas, depois de todos os investimentos feitos, a terem de voltar a abrir os cordões à bolsa para adquirem serviços como a MEO ou a Zon. No entanto, também conheço muito boa gente que por agora prefere deitar-se às 22h30 do que dar a mão à palmatória. Temo que, os que podem, acabem por ser vencidos pelo cansaço...

09/05/12

Poder do polegar

Andava eu a tentar cultivar-me nas novas modas quando constato que, com o passar do tempo, vai sendo cada vez mais raro ver pessoas a pedir boleia. Nem de propósito, ontem numa das saídas da cidade havia um corajoso cheio de paciência a fazê-lo. Não sei se foi bem sucedido, mas passei lá às 12h30, duas horas depois e novamente perto das 19 horas e o dedo continuava na mesma posição, não parecendo haver grandes progressos para concretização do objetivo...

05/05/12

I rest my case

1º Passo: Procurar ultrapassar 90 minutos sem ter de marcar falta, mandar recado na caderneta ou escrever nova participação disciplinar.
Balanço final: Recolha de um baralho de cartas dividido por duas mesas vizinhas, de uma borracha voadora e de uma afiadeira com asas.

2º Passo: Entregar o material com poderes sobrenaturais à Diretora de Turma.

3º Passo: A Diretora de Turma informar telefonicamente do sucedido às Encarregadas de Educação dos envolvidos.
Resposta do outro lado da linha:
- De quem era o baralho?

I rest my case.

03/05/12

No... wait!

A chuva canta lá fora como se não houvesse amanhã, o vento espreita de forma dramática, relembrando que  segurar o guarda-chuva na posição habitual será missão apenas para os bafejados pela sorte... Cheira a sofá, a manta quentinha, a uma noite enterrada no sofá a ver um qualquer filme pipoca que me arranque uma ou outra risada. 

ohhhh... no... wait!

E eis, que se levanta aquele diabinho simpático, mesmo ali por cima do ombro esquerdo e que diz com um sorriso sedutor, aligeirado com um qualquer tom maquiavélico:

- Sim, é verdade! Saíste de casa antes das 8 horas da matina, estás a dever uma porrada de horas ao vale dos lençóis, mas, darling, o regresso do trabalho hoje está marcado para perto das 23 horas.

É preciso somar sem subtrair

Está tudo dito!

Contado, toda a gente acredita: o Pingo Doce dá um super-desconto, a população adere em massa, é um golpe genial. Visto, é inacreditável: uma turba faminta amotina-se, espanca-se, enlouquece, encena uma pilhagem sórdida. É uma miséria de marketing. É um marketing da miséria. "O balanço é positivo, considerando-se a acção como conseguida".

Primeiro, o acessório: este 1º de Maio alterou o equilíbrio na distribuição em Portugal. Este não foi um episódio único, foi uma afirmação de poder da Jerónimo, que vem perdendo para as estratégias agressivas de descontos da concorrência. O Modelo chega aos 75% em certos produtos e horas; o Lidl está a quebrar 33%; o Pingo Doce entrou no jogo em grande estilo. Arrumou o assunto com uma bomba de neutrões. Pôs o país a falar disso. Arruinou o mês à concorrência. E fê-lo provavelmente perdendo dinheiro, o que significaria que comprou mercado.

Dar um desconto de 50% num cabaz significa ter uma margem média de 100% para ganhar dinheiro. Margens médias de 100% na distribuição são como manadas de gazelas na Atlântida, não existem. Dir-se-á: e os clientes com isso? É concorrência e a concorrência é linda. Pois, mas esta é feia. Porque se é abaixo de custo, a do Pingo Doce ou a do Modelo, não é concorrência, é anti-concorrência. É destruir concorrentes que não suportam predações. É aniquilar fornecedores que as subsidiam.

A distribuição não é para meninos. É um negócio de margens reduzidas, negociações complexas, de um conhecimento quase doentio dos hábitos dos clientes. Fazem-se promoções ao meio-dia porque quem está com fome compra mais. Perfuma-se o ambiente com pão quente porque se vende mais. Dispõe-se os alhos ao pé dos bugalhos, nivela-se as prateleiras pela criançada, desnivela-se a iluminação entre dois corredores, puxa-se o lustro à fruta. É assim. E a Jerónimo Martins é o melhor grupo português a fazê-lo. É a empresa mais valiosa em Bolsa. Vale mais que a Galp.

Agora, o Pingo Doce inicia uma mudança estratégica. Esta é uma campanha de "hard discount", um posicionamento mais "baixo" do que o actual desta cadeia. É por isso que esta operação não tem a mão de Alexandre, o patriarca, mas de Pedro, o sucessor, que carrega uma década de grande sucesso deste modelo na Polónia. Esta é a afirmação, surpreendente e bombástica, da sua gestão. Vem aí mais disto. "Hard discount" quer dizer desconto duro. Assim será: duro. Vale tudo menos arrancar olhos?

Também vale arrancar olhos. Assim foi neste 1º de Maio. Cenas lúgubres em todo o país. Os gestores viram um livro de marketing a ser implementado. Os economistas viram um livro com curvas de oferta e procura. Os juristas viram um livro de direito da concorrência. Eu vi um livro de Saramago a escrever-se sozinho.

Já foi escrito: a reacção dos clientes é racional, nada a apontar. Faltou escrever: quem organizou o circo romano sabia ao que ia. E orgulhou-se no dia seguinte. Ficámos a saber como está o país. A violência que não se vê nas manifestações de rua comprime-se no afã vidrado de uma fila de supermercado.

Esta não é uma questão entre direita e esquerda, entre idiotas e ideólogos, entre moralistas e pragmáticos, não é distracção, não se compara com saldos de trapos nem com liquidações de livros. Porque nenhuma dessas promoções provoca estes tumultos descontrolados. Talvez só uma oferta de gasolinas produzisse a mesma loucura.

Numa entrevista notável, a Teresa de Sousa, publicada no Público este domingo, Rob Riemen, que não tem medo de falar de fascismo, afirma: "O espírito da democracia quer dizer que a verdadeira democracia é o oposto da democracia de massas." Riemen refere-se a Tocqueville ou a Gasset. "Ou Espinosa, para quem uma verdadeira democracia significa que somos mais do que indivíduos, aspiramos a ser pessoas de carácter, que não somos apenas motivados pelo medo, pela ganância, pela estupidez, mas capazes de um pensamento e de escolhas".

Acicatar a voragem desumana, como se viu neste Maio, não faz parte dos valores que Alexandre Soares dos Santos construiu. De defesa de salários dignos, de criação de postos de trabalho, de assistência social aos funcionários em dificuldades. Nem serão os valores de Isabel Jonet, que gere no Banco Alimentar situações de pobreza extrema com tacto social e dignidade individual. Isto é uma manifestação de poder autoritário.

Disse Frei Fernando Ventura, nessa noite, na SIC Notícias: "Quando vi as imagens do Pingo Doce, fiquei triste e alarmado. Vi isto na Venezuela, com o Chavez, exactamente o mesmo tipo de reacção. Fiquei com esta imagem como um ícone, ou como um contra ícone, uma mensagem de sinal contrário daquilo que é uma das urgências a descobrir hoje". E disse mais: "Nós, em alguns arroubos místico-gasosos, ficamos muito alarmados e muito agitados interiormente com a multiplicação dos pães e dos peixes. Se nós percebêssemos o que está ali (…). Só houve multiplicação porque houve divisão. A solução tem que passar por aqui: é preciso dividir para multiplicar e é preciso somar sem subtrair nada a ninguém. O segredo está aqui. A chave está aqui. E por aqui pode construir-se a esperança. Por aqui pode criar-se redes de relações, por aqui pode dizer-se às pessoas que a esperança é possível. É preciso organizar esta esperança."

Para o Pingo Doce, os descontos do 1º de Maio terão sido um golpe de marketing ou um anúncio de uma nova estratégia. Mas para os portugueses, que reviram um país negado e renegado, foi mais do que isso. Foi uma humilhação. Como no "Rei Lear", de Shakespeare: "Esta é a praga deste tempo, quando os loucos guiam os cegos". (aqui)

02/05/12

É chato, mas...

Na maioria das vezes acabo a questionar-me se eles não se cansam de estar sempre a falar do mesmo, em tom monocórdico e repetitivo à exaustão, mas parece que a onda veio para ficar. Este cheira a artigo de outro universo, mas pelo menos traz-nos uma aparente lufada de ar fresco contra a maré.

OCSITEP MOB

Se abrirem inscrições, já tenho uma listinha na ponta da língua para adicionar. Tenho para mim que lhes assentava que nem uma luva "OCSITEP MOB" escarrapachado na testa.

PD #2

Depois de fazer um teste, preparar aulas e elaborar quatro participações disciplinares (para fazer um diretora de turma muito contentinha logo pela manhã), como o assunto promete gastar rios de "tinta", com esta me vou:
E no dia 1 de maio, o povo saiu à rua, descontente com o seu país!!!! E foi........................ ao Pingo Doce!

01/05/12

PD

Se eu podia ter estado às 9 horas à porta do Pingo Doce para encher um carrinho e passar 3 ou 4 horas entre corredores e filas?! Poder, podia! Mas só de pensar que teria ido a um dos supermercados que a nível nacional, parece, se escapou à batatada... perderia toda a piada.

17/04/12

E por falar em...

... Titanic.
 Ouvi há uns dias que a Rádio Comercial bateu alguns recordes de audiências. Tenho para mim que não é por acaso. 
Para ouvir pela primeira ou pela vigésima vez:

11/04/12

Disfarçamos bem

Ontem passei a tarde em reuniões. De forma simpática diria que foi um verdadeiro mimo de inspiração e de perda de tempo, em que tudo poderia ser simpaticamente resolvido num quarto de hora, mas onde há sempre um ou dois intervenientes com um complicómetro de outro mundo.
Então porque eu venho para aqui mencionar uma cantiga de acordes antigos? Pelo meio da divagação pouco inspirada, apercebi-me de uma conversa paralela entre dois dos meus colegas. Um deles pedia desculpa e a outra dizia: "Olha, foi sorte porque estava já pronta para me ir embora." Percebi o contexto, mas armei-me em parva (às vezes tenho destes apetites!) e meti-me no assunto só para confirmar se tinha entendido bem o que se estava a passar.
Resumindo, um dos colegas teve a iniciativa de organizar o horário para o ano todo e no mesmo já estão agendadas todas as reuniões que temos caso não surjam imprevistos. Esse mesmo colega na véspera tem enviado um e-mail a recordar o agendamento das ditas e no próprio dia envia mensagem para o telemóvel. Ontem não o fez.
Para mim toda a situação é tão ridícula que nem sei por onde lhe pegar. Um pede desculpa, quando está a fazer muito mais do que é obrigação dele. A outra assume que não há reunião porque não houve aviso personalizado e já houve alterações em datas anteriores. 
Não somos bebés, nem parvos, mas às vezes disfarçamos muito bem!!

10/04/12

Outras guerras #12

Está aborrecido? Precisa de um programinha, mas está com falta de ideias? Então fica uma sugestão.

Fora de brincadeiras, é francês sim senhor, mas no início estranhamos e depois nem damos conta.

Something Pink #06


Um dos pedacinhos de animação mais inspirados de todos os tempos.

01/04/12

Filas de espera

Há já algumas décadas, num país não tão longínquo assim e numa realidade que fazia da água canalizada uma qualquer miragem, a água existente em tempos de guerra ou verões rigorosos era racionada e só colocada ao acesso da população durante breves horas diárias. Contam que as filas de cântaros a marcar a vez eram a perder de vista, mas que a ordem nunca era questionada ou posta em causa.
Qualquer paralelo com as atuais filas num hipermercado, assim que abre uma caixa ao lado é...

21/03/12

Pintinho Piu

Está agora a fazer três meses que ouvi esta música pela primeira vez, pela voz de um grupo de alunos e com direito a coreografia e tudo.
Hoje voltei a cruzar-me com ela, mas com os detalhes de inspiração e extremo sentido de oportunidade:

"Lá em casa eu tinha um Cardozo, lá em casa tinha um Cardozo, e o Cardozo GOLO, e o Nolito GOLO, e o Maxi GOLO e o PINTINHO PIU e o PINTINHO PIUUUUUUUUU!!!"
Não conheço a autora, mas referência a quem de direito:
Simone Naves

20/03/12

1, 2, 3...

Se me distrair, avisem-me para não andar de autocarro nos próximos... anos!
Em menos de uma semana foi: assim, assim e ainda... assim.

Mil palavras

Para não variar, ando a dormir na forma e ainda não tinha visto este anúncio. Passo a publicidade, mas é muito bonito visualmente e mais uma prova de que há imagens que valem mais que mil palavras.

Jô vs RAP

No caso de andarem distraídos são 20 minutinhos muito bem dispostos.

Vídeo quentinho - acabado de sair do forno!

15/03/12

Querido santo...

Há uma piada italiana muito engraçada sobre um homem pobre que vai todos os dias à igreja rezar diante da estátua de um grande santo, implorando: «Querido santo, por favor, por favor, por favor... dá-me a graça de ganhar a lotaria.» 

Este lamento continua durante meses. Por fim, a estátua exasperada ganha vida, olha para ele e diz com um ar fatigado: «Meu filho, por favor, por favor, por favor... compra um bilhete.»


Elizabeth Gilbert, Comer Orar Amar

12/03/12

Pepitas

1,714 euros? 1,714 euros? (aqui)

Colocar na agenda: 
- Levantar dinheiro.
- Meter na cabeça que preciso mesmo, mesmo, mesmo... começar a ir a Espanha encher o depósito.

Se na semana passada arderam 75€ de uma só vez, imagino que nesta se vejam as pepitas de ouro a sair da mangueira!

06/03/12

Coisas mais importantes que o dinheiro

"Deu na SportTV um documentário sobre o Rui Costa. Gravei, mas ainda só vi dois minutos. Confesso que tenho muita dificuldade em acreditar que o resto do programa seja tão bom como aqueles dois minutos. Estava a falar-se daquele Verão em que o Sporting comprou dois jogadores do Benfica cujo o nome já esqueci e tentou ainda contratar o Rui Costa. No Benfica, o Maestro ganhava 25 mil contos por ano, e Sousa Cintra oferecia 120 mil. Como é óbvio, Rui Costa recusou. Mas o pai do Rui também aparece a contar a história. Ponham-se no lugar do homem. O filho tinha 20 anos. Havia hipótese de se transferir para o Sporting a ganhar cinco vezes mais do que ganhava no Benfica. Conseguiria amealhar num ano aquilo que muita gente não ganha numa vida inteira. Qualquer pai encorajaria o filho a não perder a oportunidade. O pai do Rui Costa disse: «Se ele fizesse isso, nunca mais comia a sopa cá em casa.» Se isto não é motivo para Águia de Ouro, vou ali e já venho. Mandasse eu em Portugal e este homem era ministro da Educação. Haja quem ensine aos jovens que há coisas mais importantes que o dinheiro (não muitas, mas há). E que o Benfica é a principal."
Ricardo Araújo Pereira, A Chama Imensa

29/02/12

República das bananas

"Às vezes quando escrevo como escritor tenho dúvidas e vou fazer uso dessa possibilidade, como todos os portugueses podem fazer uso dessa possibilidade, isto é, a competência que têm para escolher a sua ortografia. Não há uma polícia da língua. Há um acordo que não implica sanções graves para nenhum de nós", rematou Francisco José Viegas. (aqui)
Qualquer semelhança com a república das bananas é pura coincidência. Ou então, não!!!

Tiques

Local: Numa qualquer escola perto de si.
Contexto: Reunião com cerca de dezena e meia de elementos.
Desfecho: 
DT - Bem, se não há mais nada a tratar damos a reunião por encerrada.
Eu - Queria ser aproveitar que estamos aqui todos e perguntar se algum de vocês pode trocar comigo a aula que tenho às 8h30, na quinta-feira da próxima semana.

cu cu ru cuuuuuuuuu

Alguém que quebra o silêncio incómodo dizendo que nessa hora não tem aula.
Resumindo:
- Há aqueles que têm aula nessa altura.
- Há os que não podem porque só têm parte dos alunos.
- Há o colega que até pode, mas eu não tenho horário para repor na aula dele.
- E os outros... que têm dia livre!!

Informo: Eu tenho uns tiques de burrice aguda, mas garanto-vos que chego lá!

17/02/12

Cochinchina

- Professora, não me quer levar consigo para a sua terra este fim de semana?
Sorrio, indecisa sobre o tom em que foi feita a pergunta. 
- Para que queres tu ir para a minha terra?
E ele continua:
- Limpo-lhe a casa toda.
Fico em silêncio...  e breves segundos depois ele acrescenta:
- Em troca só quero cama e comida.

Percebendo que para o caso a minha terra até podia ser na cochinchina, retribuo o sorriso que tão bem esconde aos colegas aqueles olhos tristes...

12/02/12

Quatro palavras

FA-BU-LO-SO!!!!

Ingredientes:
- 53238 pessoas
- muito vermelho
- milhares de cachecóis
- 3 equipas
- 1 fresquinho esquisito

Modo de preparação:
Juntam-se as pessoas nas bancadas para dar o ambiente. Pede-se-lhe que agitem os cachecóis e para, em plenos pulmões, afastarem o fresquinho esquisito.
No relvado, misturam-se as equipas e sugere-se-lhes que façam magia. E elas fazem! Futebol de ataque inspirado, lances com técnica acima da média e golos para todos os gostos.

Sugestão: Tempere com bifanas de Vendas Novas no regresso.
 

09/02/12

Aguardo...

Previsões de temperaturas baixas até à próxima Quarta-feira... beca... beca... três distritos em alerta laranja... beca, beca... beca, beca... acentuadas descidas da temperatura no período da noite.

Aguardo por substitutos... mas sentada!

08/02/12

Arrependimentos

Uma enfermeira australiana que trabalhou durante vários anos nos cuidados paliativos para doentes terminais reuniu as cinco coisas que as pessoas mais se arrependem de não ter feito. Parece que a compilação virou livro, mas fica aqui um cheirinho.

Quem me dera ter tido a coragem de viver de acordo com as minhas convicções e não de acordo com as expectativas dos outros. «Este é o arrependimento mais comum. Quando as pessoas se apercebem de que a sua vida esta a chegar ao fim e olham para trás, percebem quantos sonhos ficaram por realizar. (…) A saúde traz consigo uma liberdade de que poucos se apercebem que têm, até a perderem».

Quem me dera não ter trabalhado tanto. «Este era um arrependimento comum em todos meus pacientes masculinos. Arrependiam-se de terem perdido a infância dos filhos e de não terem desfrutado da companhia das pessoas queridas. (…) Todas as pessoas que tratei se arrependiam de terem passado muita da sua existência nos ‘meandros’ do trabalho».

Quem me dera ter tido coragem de expressar os meus sentimentos. «Muitas pessoas suprimiram os seus sentimentos, para se manterem em paz com as outras pessoas. Como resultado disso, acostumaram-se a uma existência medíocre e nunca se transformaram nas pessoas que podiam ter sido. Muitos desenvolveram doenças cujas causas foram a amargura e ressentimento que carregavam como resultado dessa forma de viver».

Quem me dera ter mantido contacto com os meus amigos. «Muitas vezes as pessoas só se apercebem dos benefícios de ter velhos amigos quando estão perto da morte e já é impossível voltar a encontrá-los. (…) Muitos ficam profundamente amargurados por não terem dedicado às amizades o tempo e esforço que mereciam. Todos sentiam a falta dos amigos quando estavam às portas da morte».

Quem me dera ter-me permitido ser feliz. «Muitos só perceberam no fim que a felicidade era uma escolha. Mantiveram-se presos a velhos padrões e hábitos antigos. (…) O medo da mudança fê-los passarem a vida a fingirem aos outros e a si mesmos serem felizes, quando, bem lá no fundo, tinham dificuldade em rir como deve ser».