Jade:
Tenho passado pelo teu cantinho quase diariamente e tens-me deixado muito em que pensar. Continuas a surpreender-me com a forma como consegues falar dos teus sentimentos e os transportas sempre para textos bonitos, que nos dá sempre vontade de reler e pensar neles. Não tenho deixado comentários, porque muito do que dizes me toca de forma pessoal. A divagação de hoje é para ti...
Com os muitos anos que passei sozinha aprendi a relativizar muitas das situações de que falas. Pensei durante muito tempo com tristeza no dia 14 de Fevereiro, mas com o passar do tempo... transformei todas essas datas consumistas e muitas-vezes-levadas-ao-exagero em dias iguais aos outros. Tudo tem a importância que nós lhe atribuímos... É muito difícil estar só. É muito difícil passar anos a ver os outros a ter o que nós queríamos tanto ter. Passei anos triste, solitária... isolada um pouco de tudo e de todos.
E nunca foi fácil! Nunca houve uma altura em que eu dissesse verdadeiramente, acho que estou melhor assim. No entanto, consegui, de facto, passar a ver as coisas de outra maneira.
Condicionantes da vida, acesso a outras realidades... Acho que foi sobretudo a introdução da Internet na minha vida, as muitas horas que passei nos chats e no MIRC, naquela primeira fase de fascinação, que me trouxe uma constatação da qual estava muito distante. A verdade é que há mesmo muitas pessoas sozinhas e muitas pessoas que dentro dessa solidão, não conseguem abstrair-se e encontrar nada que valha a pena. Pessoas que dependem de uma ilusão e vivem em função dela...
Não sou melhor que ninguém, não me acho iluminada... mas tantos anos sozinha deu-me uma força e independência que não teria conseguido de outro modo. Passamos a vida a criticar as desvantagens do 'estar sozinha' e estamos de tal modo focadas nisso, que nos esquecemos de ver que também há muitas coisas boas, às quais deveríamos dar o devido valor.
Se tivermos boas relações, elas vêm carregadas de vantagens e doces confortos, mas também trazem algumas condicionantes de ter a vida com outrem. Quando estamos sós dizemos que isso não é de todo relevante, porque tudo vale a pena para termos o resto.
E nunca foi fácil! Nunca houve uma altura em que eu dissesse verdadeiramente, acho que estou melhor assim. No entanto, consegui, de facto, passar a ver as coisas de outra maneira.
Condicionantes da vida, acesso a outras realidades... Acho que foi sobretudo a introdução da Internet na minha vida, as muitas horas que passei nos chats e no MIRC, naquela primeira fase de fascinação, que me trouxe uma constatação da qual estava muito distante. A verdade é que há mesmo muitas pessoas sozinhas e muitas pessoas que dentro dessa solidão, não conseguem abstrair-se e encontrar nada que valha a pena. Pessoas que dependem de uma ilusão e vivem em função dela...
Não sou melhor que ninguém, não me acho iluminada... mas tantos anos sozinha deu-me uma força e independência que não teria conseguido de outro modo. Passamos a vida a criticar as desvantagens do 'estar sozinha' e estamos de tal modo focadas nisso, que nos esquecemos de ver que também há muitas coisas boas, às quais deveríamos dar o devido valor.
Se tivermos boas relações, elas vêm carregadas de vantagens e doces confortos, mas também trazem algumas condicionantes de ter a vida com outrem. Quando estamos sós dizemos que isso não é de todo relevante, porque tudo vale a pena para termos o resto.
Mas... também há vantagens, também há partes boas... nós é que não estamos dispostas a vê-las, fixadas que estamos no que desejamos com todo o nosso coração.
3 comentários:
Tens toda a razão. E eu lamento-me e entristeço-me, mas como dizia ontem por mail a um amigo meu, por mais sozinha que me sinta não embarco numa relação com qualquer um que me dê bola. O meu problema não é falta de homem ou de companhia. Não quero uma companhia, quero um companheiro. E como já o tive e sei bem o que é, menos que isso está fora de questão. Por isso me entristeço: porque a fasquia está demasiado alta e pessoas fenomenais sozinhas não me cruzam o caminho há demasiado tempo. Beijinhos e obrigada
Antes só que mal acompanhada. É daqueles ditados populares que fazem todo o sentido! Eu sinto-me tão bem solteira que não me imagino a ter que aturar quem quer que seja, a ter que ceder e etc. Isso vai exigir muito de mim quando encontrar alguém que valha esse esforço :)
Eu percebo Jade... e faz todo o sentido que tendo-se vivido uma relação a 'sério', não se queira uma de 'brincadeirinha'...
Os vossos comentários, aliás, fizeram-me pensar na situação de uma amiga minha que, acho que, reflecte tudo o que vocês dizem.
Tem 37 anos muito joviais e cheios de energia, vive sem relações há já longos anos e brinca sempre animadamente com as conversas do tipo "é falta de sexo" ou "é falta de homem"... Contudo, assume com todas as letras que precisará aparecer alguém muito convincente e 'arrebatadora' (digo eu!) para que ela prescinda do que tem hoje. Está demasiado habituada ao espaço dela, às coisas dela, a ter tudo à maneira dela, para conseguir que alguém entre pela vida dela a dentro, sem que ela flipe de um qualquer colapso nervoso.
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