20/07/10

Nem de propósito...

O sentido da Vida assemelha-se, não raras vezes, às regras dos sinais de trânsito. Muitas das vezes somos obrigados a seguir em frente quando tudo o que nos apetece é voltar atrás, no entanto, lá se encontra um poderoso e imponente proibido inverter o sentido da marcha. E como a maior parte das vezes os sinais que se nos impõem (pela vida) têm uma razão de ser, o melhor é mesmo não desrespeitar e... Seguir em frente. É que por maior que seja o desvio a que nos conduz aquela obrigatoriedade, é quase sempre melhor do que nos encontrarmos perdidos numa rotunda sem saber qual a melhor saída por tempo indeterminado, perdendo tempo e constituindo obstáculo aos que circulam na retaguarda e, quem sabe, anseiam por um lugar ao nosso lado.



Saber o destino a que nos propomos ajuda a que o caminho se faça com maior tranquilidade e mais preparados a enfrentar cruzamentos e encruzilhadas, curvas e contracurvas. Aprender a respeitar sinais vermelhos faz-nos perceber a importância do amarelo e ensina-nos a valorizar o sinal verde sempre que o mesmo aparece. Não esquecer nunca o perigo que nos trazem as grandes rectas, ter tento no acelerador e não abusar das ultrapassagens, pois nunca se sabe o que vamos encontrar pela frente e, muitas das vezes, a importância do que deixámos para trás. Que não seja preciso o choque frontal para que reconheçamos o valor do calhambeque, que embora parecesse atrasar-nos no nosso percurso, se calhar, era parte fundamental da nossa viagem. Não desconsiderar as descidas que nos impõem menor esforço, mas saber reconhecer o sabor que nos trazem as subidas. Que por mais íngremes e sinuosas que possam ser, se percorridas com determinação, vontade e desejo, conduzem-nos quase sempre a pontos mais altos que nós próprios. E a paisagem vale sempre a pena o esforço...



Mas mais importante que todas as regras e sinais será, sempre, saber respeitar a prioridade dos que connosco caminham pelas estradas. E lembrar que o melhor da viagem é que podemos sempre desrespeitar se nos apetecer, mudar de direcção tantas vezes quantas forem necessárias para que encontremos a estrada que procuramos e merecemos. Não existe vergonha para os que se perdem ou mudam de caminho. Porque esses, estarão, certamente, mais perto de alcançar o que os espera no fim da estrada, do que aqueles que se deixam guiar por um simples GPS. E que podem vir a conhecer vales e outeiros, mas nunca saberão o que seria saborear o que os esperava no cimo da montanha se tivessem tido a coragem de caminhar por eles próprios.


Maria São Miguel

(Rapinado à descarada daqui)

2 comentários:

Kok disse...

Com que então no gamanço!

É verdade que são muitas as vezes que optamos pelo mais fácil, e sem prestarmos grande atenção às escolhas.
E dessas vezes não são poucos os arrependimentos e a raiva por não termos perdido (ganho) uns instantes para pensar. Para decidir bem!
Diz-se que: só sabemos por onde andamos depois de termos andado...
E também que: seremos respeitados se soubermos respeitar...
Afinal podemos resumir num: é a vida que nos ensina?

Bêjos.

§-é verdade que para melhor se verem as estrelas teremos que estar às escuras...

Cris disse...

Pus-me no gamanço, mas também assumi logo que era para o caso de a bófia estar de olho! ;)

Em relação ao que tu disseste nada a acrescentar, acho que muito do que é importante passa pelos princípios que enunciaste.

beijos