31/01/09

CQC em espanholês

Como não é programa que veja... fui completamente apanhada desprevenida ao ver este videozeco, imagine-se num blog quase do outro lado da Península. A net levou até lá, o que não tinha visto por cá... hehe

Está muito bem conseguido! Espreitem lá:

30/01/09

Eu...

Como é que eu sou segundo a... Mafalda Veiga. (a ideia é escolherem um cantor/grupo com que se identifiquem...)

1. Homem ou Mulher? Ninguém

2. Descreve-te: Restolho

3. O que pensam de mim? Igual a mim

4. Como descreves o teu último relacionamento? Uma gota

5. Descreve o estado actual da tua relação: Ficar mais perto

6. Onde querias estar agora? n' Um lugar encantado

7. O que pensas do amor? Abraça-me bem

8. Como é a tua vida? Entre achados e perdidos

9. O que pedirias se pudesses ter só um desejo? Um pouco de céu

Lanço o desafio a Jade Sweet Jade, Momentos de uma Família Feliz, Sem jeito para escrever e http://pavc-babyface.blogspot.com/.

Miminho

O primeiro miminho atribuído a este espaço, veio de um doce blog.


"Com o Prémio Dardos reconhecem-se os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram a sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à web.”
As regras são as seguintes:
1) Exibir a imagem do selo

2) Linkar o blog através qual você recebeu a indicação

3) Escolher 15 outros blogues a quem entregar o Prémio Dardos

Agradeço o carinho, mas ainda ando a dar passos de bebé por este mundo dos blogs, por isso não vou nomear os 15 exigidos. Não faltam blogs que mereçam este ou mais prémios (e muitos que não o tenham já!), mas não creio que faça muito sentido, nomear por nomear, apenas porque têm de se arranjar 15 à força.

27/01/09

Salvar o Planeta

Ora aqui está uma maneira super original de chamar a atenção para as coisas mais simples do dia-a-dia, que não custava nada irmos tentando corrigir...

Deixo por aqui dois pequenos exemplos, dos vídeos que achei que estão mais bem conseguidos, mas para quem quiser dar uma vista de olhos mais aprofundada (não leva muito tempo a ver todos!) por aqui fica também o link.



Só jantei às 22h, mas valeu bem a pena! :)

26/01/09

Numa da amizade...

A acreditar nos mails recebidos, estamos quase todos os dias no 'dia do amigo' ou na 'semana da amizade', mas prontos... O mail de hoje trouxe boas recordações, que resolvi partilhar. Vejam lá se concordam!

E como não podia deixar de ser:


24/01/09

Bolo de Queijo Fresco


Ontem aventurei-me numa receita que me ficou no olho logo assim que vi os ingredientes (cozinha Michel, panfleto do Modelo). Primeiro achei que a mistura teria tudo para ser um sucesso, segundo (e não menos importante) não tinha nenhum daqueles ingredientes que tenho de ir investigar o que é ou onde há.

Ingredientes:

- 450g queijo fresco

- 225g açúcar

- 4 ovos

- 1 c. (chá) de canela

- Farinha

Preparação:

Passe o queijo pelo passe-vite até criar uma pasta. Numa tigela, bata o queijo fresco com açúcar, a canela e as gemas. Bata as claras em castelo e misture ao preparado anterior. Deite a farinha, pouco a pouco, até criar uma massa consistente para poder fazer bolinhos individuais. unte um tabuleiro com manteiga e asse os bolinhos no forno a 180ºC durante 20 minutos.

Não dá muito trabalho, nem leva muito tempo a fazer... Fica com uma cor que nos permite dizer que até os olhos comem, o cheirinho é delicioso e o paladar muito simpático (diria mesmo light!).

A referir que ao contrário do que eu estava à espera os bolinhos viraram quase 'bolões', por isso na próxima tentativa vou mesmo tentar uma versão mais reduzida dos mesmos. De qualquer das formas diz quem já experimentou, que como não são muito doces... deste tamanho são óptimos para abrir ao meio e barrar com manteiga ou compota.

Sem palavras...

Este nem precisa de palavras...
Espreitem este vídeo mitra que rapinei de outro blog e digam-me o que acham.

23/01/09

Não gosta?

«Vejo muita gente do PS a achar que não devemos fazer alianças com o CDS mas vi agora alguns elementos do PS a votar com o CDS e não gostei», afirmou o primeiro-ministro. (iol)

Hoje foi mais um dia de vermos o senhor PM por todos os lados... Ai, ele não gostou?? Ooooh, e eu que não gosto de tanta coisa também...
Não gosto de ter de carregar o guarda-chuva.
Não gosto de seres pouco-profissionais que ganham o mesmo que eu.
Não gosto de ter de agradar a gregos e a troianos.
Não gosto de ver o Benfica a perder mais dois pontos.
Não gosto...
... de tanta coisa!
Ah, e também...
... não gosto de ver os nossos supostos representantes a agir como deuses do Olimpo e a ignorar milhares de vozes, levando os seus intentos em frente como se tratassem de seres cheios de toda a sabedoria.

Dizem que ajuda a libertar o stress: Sócrates Anti-Stress

Pinturas

Não me canso de ver este tipo de trabalho... Acho genial!!





21/01/09

Post-it

Já tinha estes 3 minutos de cor na minha caixa de correio há quase 3 meses, mas ainda não a tinha conseguido abrir... Constatei que foi uma óptima ideia ter deixado ficar por lá e não seguir o instinto de o mandar pastar para a lixeira.

Sugiro para quem esteja a precisar de um pouco de cor ou para quem apenas queira presenciar uma experiência diferente, original e bastante simpática à vista.



19/01/09

Greve 2


O presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) ameaçou esta segunda-feira recorrer aos tribunais para que sejam convocados serviços mínimos em futuras greves de professores, de forma a evitar que as escolas encerrem, noticia a Lusa.


É por estas e por outras que a próxima greve devia ser de, no mínimo, 3 ou 4 dias... a juntar-se à greve viria uma muito barulhenta manifestação de pais e encarregados de educação. Com o país em total alvoroço... imagino que seria giro, muito giro!!
Sindicatos anunciam adesão superior a 90%. Ministério garante que não passou dos 41%. SIC

Espectáculo!!

Greve

anterozóide


Vamos lá a ver quais os números que o Jornal da Noite nos reserva. A minha escola fechou, mas o Ministério é capaz de nos surpreender com uns quaisquer 20% de greve...

18/01/09

Mais sugestões

Como no meio da pilha imensa de roupa passada a ferro e das limpezas da praxe, o que mais se realçou destes dois diazinhos, foi um pouquinho mais do mesmo, cá ficam as dicas:

The Guardian / O Guardião

A nossa televisão gosta muito de nos presentear com repetições infindáveis dos mesmos filmes, mas a SIC hoje brindou-nos com duas horitas que recomendo.


Eagle Eye / Olho de Lince

Este é um filme de 2008, que pelo menos a mim me fez exultar um surpreendido "está muito bem feito". Suspense, acção e um enredo verdadeiramente cativante.


Love Actually / O Amor Acontece


E como as conversas são como as cerejas, hoje quando menos imaginava fui ter a um trecho de uma das comédias românticas mais bem conseguidas que já vi. Lá terei de o ir rever! :)

Como não consigo adicionar este vídeo em particular, deixo aqui o link para quem quiser espreitar.

17/01/09

Sete Vidas

Acabei de ver o trailer de um filme que quero ver, assim que seja possível... E, esse trailer, conduziu-me a outro, do mesmo realizador e com o mesmo actor principal, que já não vejo há um bom tempo.
Como gostei muito, deixo a sugestão. Quem ainda não viu, é um daqueles a acrescentar à lista dos filmes a não perder:

The Pursuit of Happyness / Em Busca da Felicidade

Chris Gardner (Will Smith) é um vendedor, que apesar do seu talento, luta desesperadamente por conseguir sustentar a família. A mulher acaba por deixá-lo sozinho com o filho de cinco anos e Chris decide aceitar um estágio não remunerado numa conceituada empresa, na esperança de conseguir emprego no final.
No entanto, as suas dívidas levam a que os dois sejam despejados do apartamento onde vivem e tenham de recorrer a todos os refúgios possíveis para passar a noite...


Não quero perder:

Seven Pounds / Sete Vidas

Ben (Will Smith) é um homem depressivo que foge da culpa de um acidente que causou. Ele planeia salvar sete almas ainda vivas para tentar apagar o que fez no passado, mas conhece Emily (Rosario Dawson), uma mulher linda com um problema no coração, e apaixona-se por ela, mudando os seus planos.

16/01/09

Ossos vs Frio

Esta semana, quando liguei para a minha avó para lhe dar um grande beijinho de Parabéns ela respondeu com o sorriso de sempre que lhe sobressai no discurso, mesmo quando não a estamos a ver.
Para lá me contou que estava aflita com dores e que parecia que lhe doíam os ossos todos. Trocámos alguns comentários sobre os dias gelados dos últimos tempos e pouco depois dei por mim a viajar até muito longe, para uma época em que ainda nem sequer andava por cá.
Começou ela a relatar que já tinha passado muitos Invernos gelados, que quando era nova e iam apanhar a azeitona, o patrão às vezes fazia uma fogueira, porque eles ficavam com os dedos tão gelados que nem os sentiam. "Mas agora os ossos já são outros!"
Acabei a trocar ideias com os meus botões e conclui quase-muito-sabiamente que me parece é que os nossos ossos é que não valem nadinha, porque, se lá chegar aos 81, desconfio que os meus não me vão obedecer, como os dela ainda fazem, mesmo com dores.

14/01/09

Anatomia de Grey

Esta série não me conquistou desde o início, da forma arrebatora do Prison Break (que soube hoje que vai mesmo acabar, no final da 4ª temporada... snif), mas o humor requintado, algumas personagens de qualidade superior ao habitual... foram tratando disso com muito jeitinho.

Como hoje falei dela noutras andanças lembrei-me de deixar por aqui um cantinho romântico da história, regada com uma música daquelas que me ficou no ouvido...



13/01/09

27.8.05

(Continuação 2/2)

Alex, encontrei este teu cantinho quase por acidente e não deve ser difícil imaginares qual motivo… Bebi cada palavra… foi-me impossível conter as lágrimas… e aproveito agora a oportunidade que me dás…

Não passa um dia em que não pense em ti, sabias amiga? Custa-me tanto crer que o telefone não vai voltar a tocar para podermos trocar as novidades ou que não nos vamos voltar a encontrar por acaso nas ruas de Évora (ou noutras ruas quaisquer).

Tenho pensado tanto nos nossos bocadinhos (mesmo nos apressados!). A nossa aventura com o Nelson, atravessando meia Europa para passarmos uma semana na Holanda (lembraste da nossa procura infrutífera dos “diques”?). E da viagem ao Brasil, em que ligaste a avisar horas antes de acabar o prazo de inscrição, porque na correria do teu dia-a-dia por vezes custavas a dar conta do recado?

Ah, e lembraste das nossas aventuras ‘basquetebolísticas’? Para o final tivemos que partir para outra, mas passámos uns bons bocadinhos. Que sovas que levámos, sobretudo quando se tratava da equipa de Coimbra. Estive a ver as nossas fotos de Vila Real. Viemos de lá todas partidas (éramos seis, porque nós nunca nos dávamos a luxos de muitas suplentes!), mas andámos em animada cavaqueira com a equipa de Aveiro.

Vamos a um cafezinho para actualizarmos as novidades? Como adorava as nossas conversas a perder de vista… aquelas em que nos apoiávamos nos momentos menos bons, em que trocávamos confidências e que nos deixavam a certeza de que mesmo longe estávamos perto…

Eu e a Fiuza fomos colegas de licenciatura e a nossa aproximação foi gradual. No primeiro ano quase não houve contacto, porque ela fazia parte do “grupo da borga” e eu do das meninas caseiras. Depois com o basquete como elo de ligação a situação inverteu-se. Acompanhámos amores e desamores uma da outra, frustrações e alegrias matemáticas, aventuras, borgas, viagens… trocámos sorrisos, lágrimas… uma amizade que sempre a colocou num cantinho muito especial do meu coração.

Lembro-me de estarmos na esplanada do Giraldo a trocar argumentos sobre as nossas crenças (ou descrenças) religiosas e em Leiria a falar dos nomes que mais gostávamos (o meu Rafael, o Simão dela…). Recordo o seu fascínio pela fotografia e o seu cuidado com os pais sempre presentes. Ou quando nos encontrámos depois daquelas férias e, sem que fosse preciso ela dizer nada, eu percebi pelo brilho dos olhos que havia novidades coloridas. Não eram coloridas… eram de amor! Falou-me pela primeira vez do Alex e percebemos que sem nos conhecermos tínhamos estado os três no dia das matrículas no SA. Rimos ao perceber que ambas tínhamos ficado com má impressão dele. Contou-me as novidades com serenidade, mas transparecia uma felicidade incontida. Falou-me das pedrinhas que ele lhe tinha oferecido e que ela tinha adorado. Derreteu-se ao descrever um abraço que dizia nunca iria esquecer…

Alex, estive na vida da Fiuza como, de certo, estiveram outros, porque ela era uma dessas pessoas especiais sempre com um bocadinho para os amigos e que enchia uma sala só com o sorriso.

Tenho a certeza que o sabes, mas não quero deixar de o dizer. Independentemente da dor que ficou e que ficará durante bastante tempo, falaste de um amor que só os privilegiados têm oportunidade de viver e acredito que é a ele que te deves agarrar para seguir em frente e ultrapassar os momentos mais difíceis. A Fiuza angustiada e menos bem com a vida, deixou de existir quando entraste na vida dela. Foi ao teu lado que a minha amiga encontrou a paz, o amor e a felicidade… e apesar do sentimento de injustiça, revolta que agora temos… tenho a certeza que ela está a olhar por nós e a pedir-te que sigas o teu caminho.

Amiga, até um dia!

A tua Tininha…

in tenui labor

12/01/09

30.7.05

(Continuação 1/2)
Cá fica o primeiro texto prometido... para ler ou reler (dependendo de quem por aqui passe!).

Sonhei contigo nessa noite em que te reconheci bailarina, qual graciosa executante do Bolshoi, como que suspensa em intermináveis rodopios. Postura erecta, queixo delicadamente erguido, compensando generosamente os movimentos de um corpo bem proporcionado, sólido. Katrina te nomeei, guiado talvez por um ancestral instinto predador. Que não, suspeitei, não teria essa sorte e havias de te chamar outra coisa qualquer.
Kathara, A Pura, soube depois. Alguém me sussurrou ao ouvido. Talvez o tivesse descoberto afinal, pelos meus próprios meios, com o decorrer dos tempos e o tranquilo mar que nos coube navegar. Porto de abrigo terno e acolhedor, defensor do mar revoltoso e áspero das vidas. Vidas amarguradas, sobreviventes.Mas assim ficou sentenciado. Tu Kathara, eu Alexein, outrora «defensor da humanidade».
Nos dias que se seguiram, colocava-me estrategicamente à porta do «Oficina», jeans arregaçados, sandálias de couro e t-shirt às riscas, tingidas de um verde meio consumido pelo tempo. Fingia que dava atenção aos que me rodeavam e às conversas rotineiras, remotamente perceptíveis no meio de tão intenso desassossego que insistia em me abrasar as vísceras, consumir por dentro. Fantasiava ansiosamente com a tua presença, se me olharias, como algo se escapulisse da tua mão e eu segurasse, ajoelhando-me se necessário. Suspirava para que reparasses enfim, nesta triste carcaça, e que a desejasses um dia.
Apesar da má imagem do primeiro dia na Universidade (uns anos antes) vim a saber que até não desgostavas da peça, tez morena acentuada pela barba negra e bolsa ao tiracolo cheia de nadas. Essa figura que, esmagada contra a parede branca te seguia irritantemente com o olhar agudo de rapina esfrangalhada. Eu, deixava-me ir, desconcertado pela suave brisa deixada pelo carocha que deslizava Rua da Moeda abaixo, fitando nos olhos esse preto de língua de fora que ia deixando orientadores trilhos de saliva. O meu coração dilatava e contraía ao ritmo dos solavancos do «bogas», até este se perder de vista. Até depois de o perder de vista. E abandonava-me a pensar que belo amigo para a minha «JEnny» de 1985. Que par! HElio e JEnny. Além disso, «o cão precisava de um disciplinador masculino, que raio»...
Por essa altura, as rotineiras conversas já haviam há muito dado lugar ao silêncio. Aquele silêncio observador de aprovação, pelo ressurgir de um brilho nos olhos.
As coisas começaram a ficar sérias. O Vivi estava do meu lado, que era o nosso. Seria o padrinho, isso era ponto assente! E numa dessas noites, ficámos plantados no «Kalmaria», eu de um lado, tu do outro, a esgrimir trémulas iniciativas, povoados por receios infundados e absurdos, numa troca de olhares alheada de tudo o que nos rodeava. Impacientaste-te mas encheste-te de força. Que «o tipo não se decide» murmuraste entre dentes cerrados para os teus botões com nomes. Acabámos a falar de patetices, embriagados de impertinente emoção, vozes embargadas de vontade de viver, entre sorrisos tolos e desorientados choques de mãos. Ocasionais, ingénuos, militantes decerto.
A semana seguinte, passamo-la sentados nos poiais da Rua da Moeda, falando de tudo menos de política, que te aborrecia. Agora já não. Que até já votavas. E davas-me força para quem sabe, um dia vir a ser um deles e mudar o mundo, como impunham os nossos valores, as nossas concepções e convicções.Eras independente, serena e pura. Foi assim que te vi, Kathara. E assim permaneces, angelicalmente a meu lado.
Tudo se precipitou naquela noite de 14 de Julho quando alguém teve a oportuna ideia de ir para a barragem do Divor. Esbocei um sorriso. Preparei antes uma pequena bolsa cheia de pedras e conchas que havia recolhido criteriosamente nesse dia, na praia, a pensar em ti. Sabia que gostavas de coisas simples. Percebi-o nos teus olhos. Neles penetrei e fechei-ta na mão. Ainda a conservas. Não conheço melhor guardião de memórias e não cessas de me surpreender.
Mais tarde, enquanto chapinhava na água morna matizada pelo luar com o padrinho exultante, senti que tinha ali amiga para toda a vida. Já me tinham dito que seria assim. Não fiz ouvidos de mercador. Detive-me por momentos com a água pela boca e espiei-te atentamente. Organizaras com as «bolinhas», uma recolha de paus e folhas para nos preparar uma fogueira. Não podíamos arrefecer, correndo o risco de nos constiparmos. E afinal, eu eras tu, já o sentias nessa altura.
Por falar nisso, contigo aprendi também que com a saúde não se brinca. Passei a estar «sempre alerta» e até já levo protector solar para a praia e evito os molhos (não todos como sabes). Passei a comer peixinho bom, as tuas couves e a adorar as migas da tua mãe. A tua mãe, o teu pai, a tua família, que é a minha e a minha é a tua. Como te amam e como os amo. «Tia Fiuza, o Álexandre?», «Canina, Canina! Comi, Pedro», «Veja lá Catarina se está bom de sal», «Cati, quando voltas para cima?».No retorno dos primeiros raios de luz que alumiaram a aurora desse benevolente 15 de Julho, apeei-me do carro no mesmo sitio que tu. Ficaste estarrecida mas não desarmaste. Convidaste-me a entrar e depois de um copo de água nervosamente equilibrado nas palmas das minhas mãos, precipitamo-nos bruscamente e encontramo-nos no mais belo e emocionante abraço. Singelo, delicado, irrepetível. Só isso. Chorei de alegria. Tu sentada, eu ajoelhado. Com ele selámos as nossas vidas, eu fiquei tu e tu ficaste eu. Demos as mãos para não mais as largar.
Ainda hoje me arrepio quando me envolves no teu regaço após um demorado abraço. Esse abraço abençoado pelos homens e pelos deuses que já o foram.Crescemos juntos! Formamos uma bela equipa, já o sentíamos. Não houve quem no-lo não confessasse. Até naquela carta que recebi e que lemos em conjunto, proveniente dos frios do Minho. É assombroso, como por vezes somos confrontados com as coisas mais inesperadas mesmo dos mais ignotos. Enchia-nos de orgulho e de vontade em continuarmos assim, tu e eu, nós. Simples, harmoniosos. Eu, o menino timorato e tu, a menina insegura embora determinada. Amigos e amantes. Conquistadores do tempo e dos afectos, do mar e dos céus.
Crescemos cúmplices! Em equilíbrio, harmonia, conhecimento, cimento. Cimento robusto, consistente, unificador, quotidiano, encorajador. Sem trocas, pagas ou invejas. Sempre em conjunto enfrentámos a vida, os trabalhos, as contrariedades, e até os fiscais ferroviários em Paris, quando fomos apanhados sem bilhete. A experimentar a vida, exaltando-a na sua magnitude.
Cimento que se solidificou em circunstâncias tão especiais quanto quotidianas. Café sem açúcar, fruta rija, arroz basmati, rucola e pinhão, as brincadeiras no supermercado entre expositores e o olhar repreensivo dos demais, as longas caminhadas com o nosso querido Mustapha, a união acostumada das mãos unidas pelos dedos entrelaçados, descodificadores de mensagens de conforto, compromisso e alegria. Alegria de viver. O passo ajustado, a respiração sincronizada, a síntese simbiótica de informação recolhida para costurar no pensamento. Pensamento em ti, em nós, nos outros, no futuro.
A notícia daquele envelope que me enviaste para a Bélgica. Céus, estive duas horas a chatear ininterruptamente o cinzento funcionário para que vasculhasse entre as encomendas por classificar e me entregasse um dia antes do procedimento normal, aquilo que me destinaras. Lá me desenrasquei e quando abri o pacote, corri e saltei na Grand Place como um louco feliz, segurando junto ao peito um ramo de flores silvestres que exalavam maravilhosamente a milhares de km de distância, aquele intenso aroma exótico dos campos do Alentejo em flor. Esses campos que se habituaram à nossa presença. Esses campos que amámos e tomámos por morada.
Tudo tinha um significado especial. Para ti era tão simples, tão natural como respirar. Conseguias ler nas entrelinhas, conhecias o meu pensamento, as minhas expressões, os meus anseios e os medos de uma criança assustada. O berlinde, os carrinhos, as flores, o caderno que me fizeste, o chapéu-de-chuva com a constelação de Orion por ti desenhada, para que me não perdesse nos caminhos da vida. Eu tentava acompanhar-te, fazer-te feliz e reconquistar aquele abraço imedível e acolhedor.
Como daquela vez em Bruxelas, quando viste numa montra aquela magnifica peça lilás de tapeçaria, dourada nas extremidades. «Quanto custará?», perguntaste, ao que prontamente redargui, receando pelas minhas parcas economias: «não tem preço, estás a ver?» E não tinha. Como poderia ter? Por isso te envolvi nela quando regressei a Portugal, contemplando o teu doce sorriso.
Nunca tive o teu jeito, mas esforçava-me bastante, mesmo quando apenas apreciavas o gesto da minha culinária hesitante mas evolutiva. Só para receber esse sorriso, esse caloroso abraço que me aproximava da vida e um do outro.
Ao teu lado, aprendi, cresci, lutei, descobri. Nunca me deixaste desviar das minhas convicções que eram as nossas. Foste farol, guia, estrela polar, vento norte, sol, bússola, eu sei lá. Aceitámos as nossas imperfeições e riamos delas. Fomos nós, tal como nos conhecíamos e nos desejávamos. Ardentes, intensos, revigorantes, sublimes, amigos.
A ternura, a cúmplice troca de olhares, o nosso amor, vivido com intensidade e alegria. O ardor de paixões vividas e revividas em homenagem àquele abraço primordial. Tal qual o primeiro dia. Contigo proclamei a vida e o amor.
Os cheiros, os corpos, as lágrimas, os sorrisos. Ah, esse teu sorriso resplandecente, generoso, maravilhoso como os campos floridos a perder de vista na primavera. O aroma da caruma, do pinhal e da terra virgem molhada, as eiras, os grous, as rapinas, os pirilampos (foi contigo a única vez que os vi, recordas?), as estrelas, as pedras, os antúrios, as carícias, o suave toque dos teus lábios contra os meus, seguido de uma ensandecida fusão de sentimentos extasiantes, arrebatadores.
Eu, complicado, impulsivo, indignado, racional. Tu, serena, simples, terna, sensível. Tu, a amora, eu, o anjo. O «produto» seria clarividência, sensatez, ânimo, determinação e muito, muito amor. Tu, os nomes, eu, as caras. Tu dizias, Samuel, Simão e Camila. Eu, que sim! Que seriam lindos, magníficos e todos diferentes uns dos outros. Mas com os olhos, pernas e pele do pai, boca, barriga e ombros da mãe. A ternura da mãe e a impetuosidade do pai. O coração de ambos. Assim tinha ficado assente.
De ti, amor, guardo para sempre a candura da tua expressão nesse perpétuo abraço enroscado, que me dava tudo o que a vida me fez sonhar.
Alguns dos que te amam e que para sempre testemunharão o legado que nos deixaste, sem jamais olvidar como nos tocaste no coração.

(...)
Samuel, Simão, Camila e eu.
Fim

Cortar na casaca

Esta tarde fartei-me de cortar na casaca do Cristiano Ronaldo. A realidade é que o que é exageradamente exagerado tem tendência a enjoar-me.
Por estas bandas portuguesas, não sei se por outras também costuma ser assim ou parecido, há uma grande tendência para o "ou se é besta ou se é bestial". Tal como a velhinha história da selecção nacional de futebol...

A verdade é que, depois de ouvir o nome dele a ser pronunciado pelo Pelé na rádio (porque ainda não tinha conseguido chegar a casa!) fiquei um pedacito emocionada e, não sei, talvez tenha colocado a mão na testa e fiz um exercício que nunca antes tinha feito para alguém na posição dele.

Tal como tenho tentado aprender com os meus alunos e com algumas das suas muito infelizes histórias de vida. Tal como tentei colocar-me no lugar de um menino de 18 anos a viver nos sem abrigo, cuja a única referência era um pai encarcerado que não fazia outra coisa se não cobrar-lhe mundo e fundos, em vez de o deixar utilizar o pouco fio condutor que a vida lhe deu. Como seria eu, se a minha vida tivesse sido assim? Conseguiria ser melhor? Menos revoltada? Menos impulsiva? Tenho sérias e acentuadas dúvidas...

Então e se eu tivesse 23 anos e a sensação de ter o mundo aos meus pés? Um ordenado mais que chorudo ao fim do mês, que me permitisse fazer tudo o que sempre me deu na real gana (até estoirar carros topo de gama, porque sim)? Alguém que vê todos os olhos em si, que se sente no centro do mundo? Seria de facto menos peneirenta e cheia de mim?! Por vias das dúvidas... dou a mão à palmatória e não deixando de torcer o nariz à peneirice, tenho de sentir, no mínimo, um laivo de orgulho por ver o nome de um português ser tão altamente reconhecido por um dom (mesmo que não seja o de descobrir cura para o cancro ou a SIDA).

Até já...

O post "Eu já..." ao contrário do que eu inicialmente imaginára obrigou-me a pensar em imensos acontecimentos da minha vida, com os quais os meus pensamentos já não se cruzavam há bastante tempo.
Pouco depois descubro um blog que me toca de especial maneira e que me transporta para locais onde já não ia há largas eternidades, porque o dia-a-dia o provoca ou porque, por e simplesmente, doi e é mais fácil não pensar, para não sentir...
Não é nenhuma data em especial, nem tão pouco é por ter hoje um qualquer significado particular... mas nem tudo tem de ter essa desculpa, pois não?
Lembrei-me com um carinho que me apertou o coração de saudade e que me fez correr as lágrimas como se tivesse sido hoje que ela nos tivesse deixado, como se o mundo acabasse de ficar mais pobre por perder um doce ser humano, que ainda tinha tanto para viver.
Porque estes 'locais' (pelo menos para mim) existem também para podermos perder-nos nas palavras, para talvez... aliviar a tristeza, a amargura... a imensa saudade que alguém que partiu nos deixou...
... escolhi dois textos que de forma incontornável me marcarão para sempre e creio que quem tiver a paciência para chegar ao fim perceberá porquê.
O primeiro é para mim uma linda declaração de amor... escrita do fundo de um coração cheio de um Amor profundo e, acredito, de uma mágoa e tristeza absoluta.
O segundo foi a maneira que encontrei de dizer "até já, amiga".
(Em breve, a continuação...)

10/01/09

Afinal... até teve!

Estas duas primeiras imagens são a minha primeira tentativa de me redimir, explicando o estado de tristeza com a nevezita que caía.
De seguida, ficam mais dois pequenos testemunhos nocturnos de algo que nunca tinha presenciado com estas quantidades. Alías, não pensava sequer que nevasse o suficiente para a cidade acordar branquinha, mas acordou, para delícia de quem não deu conta do fenómeno com que fomos brindádos em horas pouco apetecíveis.

Neve, mas sem piada!

Continuo na minha... digam-me lá qual é que é a piada de nevar à noite?
Frio por frio... o pessoal aguenta, mas ponham lá a neve de dia para pelo menos darmos ao dedo e tentarmos tirar umas fotos giras.
Assim, caem uns floquitos, a telha da frente fica semi-branquita...
E a pica de poder avisar o pessoal que tá de neve? Isto lá são horas decentes de a neve aparecer?!?!
PS - Prontos, só não fico chateada a sério se amanhã acordar com a serra super branquinha para compensar! :-)

09/01/09

Se calhar...


Se calhar... não era assim tão descabido! Por mim, não arranjo meio de aquecer as mãos.
Tem estado tão quentiinhhooo!!

08/01/09

Juro

Juro-vos, que nem que me pagassem muuuuuuuuuuiiiiiiiiiiiittttttttttttooooooooo!!!

As opções de Quique




Nada como começar o dia com boa disposição. Acho que este cartoon está particulamente bem conseguido!

07/01/09

Talvez 'pressize' de...

Olhem este pedacinho da minha conversa esta tarde com uma amiga, colega de profissão. Mostra como tudo caminha sobre rodas para os números dos nossos mui queridos Sócrates e Ministra Lulu.
Cris diz:
acabei de corrigir a palavra 'pressize'
Lili diz:
lol
Lili diz:
eu tenho uma para te contar que é um espectáculo!!!
Lili diz:
numa das minhas fichas de tic, para usar os acessórios, há umas contas para fazer com a calculadora...
Lili diz:
e a alínea diz: adicione 23 a 234...
Lili diz:
e uma aluna, dizia: esta conta não dá para fazer!
Cris diz:
quando corrijo os materiais dos adultos tenho de ter a Diciopédia ao pé. O meu cérebro até faz flip flap!
Cris diz:
às vezes são vários erros na mesma palavra!
Lili diz:
eu dizia: dá sim, é das mais simples... veja lá bem que dá
Lili diz:
ela muito teimosamente disse em voz alta:
Lili diz:
ó professora, ai dá? inde é que está o "a" para fazer 23 "a" 234....

Magia

Agora que ando há uma pequena eternidade a sofrer de uma grandiosa falta de tempo e de um pitada de falta de pachorra para ler (eu que sempre fui uma super comilona de letras!), dei por mim a pensar em alguns dos últimos livros que literalmente devorei... E que de forma consciente terei de reler, para de forma mais pausada interiorizar todas aqueles pedaços de fantasia deliciosa e que me transportava para mundos paralelos, dos quais eu não queria sair por nada.

Gostei muito dos três livros do Senhor dos Anéis e ainda absorvi de forma mais ávida todos os do Harry Potter. Só uma mente brilhante imaginaria um mundo em que tudo faz sentido de uma forma verdadeiramente mágica. Gosto muito dos filmes, mas acredito que quem não leu os livros, sejam miúdos ou graúdos, perdeu a oportunidade de viver uns bons momentos, no mundo criado por outrem, mas que a leitura sempre permite que sejam muito nossos.
Toda esta divagação resulta do último filme que vi. Já tinha ouvido falar dele, lá muito ao longe. A verdade é que nunca sequer me debrucei na descoberta de qual seria a sua história central e com isso ganhei uma grande surpresa na noite de Domingo.

Há muito, talvez há tempo de mais, que não via um filme que não fosse em inglês. Para quem nunca ouviu falar ou que, como eu, apenas lhe reconhece o título de uma prateleira qualquer, procurem com um pouquinho de mais afinco O Labirinto do Fauno (M/16). Uma história aqui tão perto e que para mim estava tão longe... nem tão pouco situava a história numa Espanha de Franco, tal como nem sequer sonhava (mesmo que o título o pudesse induzir!) que poderia divagar por uma magia, por vezes, tão surpreendentemente simples.

04/01/09

Eu já...

Porque não quero falar de todos os episódios menos felizes dos últimos tempos, que me têm tirado toda a imaginação e vontade de escrita... seja envolvendo avarias de carros, passagens de ano completamente fora de planos ou outro tipo de peripécias tristes...
...fico-me pela cópia de uma ideia bloguista que achei muito interessante.
Eu já tive 20 num teste.
Eu já chumbei a uma cadeira.
Eu já queimei as fitas.
Eu já perdi a conta aos livros que li.
Eu já li quase todos os livros do Nicholas Sparks (falta o último!).
Eu já perdi noção do tempo a jogar computador.
Eu já chorei de soluço a ver um filme.
Eu já vi o mesmo filme dezenas de vezes (não, não é o mesmo que me fez soluçar!).
Eu já me sentei nas cadeiras almofadadas do Estádio da Luz.
Eu já vi, ao vivo, o Rui Costa a saltar a pés juntos, perto da bandeirola de canto.
Eu já fui a um festival do Sudoeste.
Eu já tenho os cd's todos do André Sardet (mas ele faltou ao único concerto que paguei para ver por causa da sogra!!!)
Eu já acampei tendo as ondas como som de fundo.
Eu já vi estrelas cadentes na praia.
Eu já passei uma semana na única cidade holandesa onde não é permitida prostituição.
Eu já estive no topo da Torre Eiffel.
Eu já senti a água quentinha de uma cascata brasileira.
Eu já tive dores de barriga de tanto rir, depois de jogar ao olho do cú com amigos.
Eu já vi uma amiga do coração partir...
Eu já recebi uma serenata em cima de um palco.
(actualizado)