10/01/09

Neve, mas sem piada!

Continuo na minha... digam-me lá qual é que é a piada de nevar à noite?
Frio por frio... o pessoal aguenta, mas ponham lá a neve de dia para pelo menos darmos ao dedo e tentarmos tirar umas fotos giras.
Assim, caem uns floquitos, a telha da frente fica semi-branquita...
E a pica de poder avisar o pessoal que tá de neve? Isto lá são horas decentes de a neve aparecer?!?!
PS - Prontos, só não fico chateada a sério se amanhã acordar com a serra super branquinha para compensar! :-)

4 comentários:

Anónimo disse...

Augusto Gil também passou por aqui?

Cris disse...

Fiquei a pensar... Não sabia se era uma qualquer piada demasiado sofisticada para eu alcançar.
Que quereria aquele anónimo dizer? Ficou a martelar... e fui pesquisar!
Não era difícil, porque a Web o permite à distância de alguns cliques. De outra forma, talvez não chegasse lá...

AUGUSTO GIL
(1873-1929)

BALADA DA NEVE

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...

E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.

Anónimo disse...

Olá! Sou eu aquele anónimo! Peço desculpa pelo caso, mas foi porque ao querer deixar o nome "bati" na tecla errada e depois já não voltei a trás.
E é verdade que não conhecias A Balada da Neve nem o seu autor?
Humm! Acho que me estás enganando!
Mas isso agora não interessa nada; como já conheces já podes mostrá-la e fazê-la "sair à rua".
Bjs

Cris disse...

Já conhecia a Balada da Neve, mas confesso que o nome do seu autor já estava muito escondido, num qualquer local longínquo da minha memória.
Agora já está mais que identificado! :)
Bjs